Diário de Bordo

 

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20 de Setembro

Aula 1

 

SUMÁRIO:

  • Apresentação do professor e dos alunos.
  • Enunciação das regras básicas de comportamento referentes à aula de Educação Física.
  • Preenchimento das fichas de caracterização individual dos alunos.

 

REFLEXÃO

 

 

A aula de dia 20 de Setembro teve um carácter diferencial, por se tratar da primeira aula que leccionei dentro de uma sala de aula, e por se tratar da minha primeira aula como estagiário do Agrupamento Vertical Clara de Resende.

Nos dias que antecederam esta aula preparei cuidadosamente o meu discurso e os pontos nevrálgicos que deveria abordar. Penso que o primeiro contacto com os alunos pode demarcar, desde logo, uma posição de autoridade, um julgamento que se pode repercutir durante o ano. Portanto, sabia que deveria ser assertivo e concreto naquilo que dizia para não transmitir nervosismo aos alunos, independentemente de vivenciar ou não esse sentimento.

Honestamente, se pensar nas projecções que fiz deste dia durante o meu mestrado, imaginara-me sempre mais nervoso do que de facto estive. Acho que me consegui controlar bastante bem nesse aspecto, e que me apartei um pouco da importância com que tal ocorrência se me afigurava.

No período inicial da aula, logo depois de os alunos se sentarem nos lugares a professora Maria José teve a iniciativa de tomar a rédea e fazer algumas perguntas, provavelmente para me colocar a mim e aos alunos mais à vontade e para me passar o “testemunho” em seguida. As primeiras duas ou três frases saíram ainda com um ímpeto, algo exagerado, como se não conseguisse controlar a pausa entre cada palavra. Não sei se isso foi percepcionado pela audiência, de qualquer forma, consegui controlar-me rapidamente e à medida que a aula se desenrolava estive bastante calmo. Um dos aspectos, que poderia ter condicionado a aula foi a indisponibilidade do “data-show” para executar o que fora planeado. De qualquer forma guiei-me pela apresentação do computador que a professora Maria José fez o favor de segurar orientando-o para a turma. A espaços, a professora orientadora, fez questão de acrescentar algumas ideias para esclarecer os alunos e incitou algum diálogo para os colocar mais “à vontade”. Esse foi, provavelmente, o meu maior lapso, sinto que poderia ter dialogado mais com os alunos para criar uma maior afinidade e proximidade com eles. Sei que, porventura, será uma falha normal, devida à minha escassa experiência e à minha personalidade. Sou, por vezes, um pouco observador, gosto de conhecer antes de agir, antes de assumir o risco e naquele momento, uma relação próxima ainda constituía um risco para mim. Outro aspecto critica que me foi apontado pelos colegas foi o vocabulário elaborado, mas tive a percepção que expliquei sempre que os alunos não percebiam e quando eu próprio me apercebia dessa possibilidade. De resto, preocupei-me em indagar se a mensagem estava a ser passada de forma perceptível. A projecção de voz penso ter sido adequado, assim como a clareza.

Relativamente à turma, fiquei motivado para trabalhar com eles. Pareceram-me crianças normais da sua idade, com alguma tendência para brincar. Isso poderá ser aproveitado, dá para aprender a brincar, até com níveis de complexidade elevados. Se as privarmos do seu lado infantil também as condicionamos demasiado e, portanto, vou aproveitar em futuras aulas para os conhecer melhor e para saber como os poderei atingir, como os poderei motivar. Será um bom desafio.

 

 

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27 de Setembro

Aula 2

 

SUMÁRIO:

  • Apresentação dos alunos.
  • Enunciação dos critérios de avaliação.

 

REFLEXÃO

 

A aula de dia 27 de Setembro foi pautada pela continuidade dos temas da aula anterior. Assim, e pela brevidade das aulas de 45 minutos, continuei com a apresentação daquilo que penso ser fulcral para criar uma dinâmica saudável de aula. Elucidei, portanto, os alunos sobre os critérios de avaliação e o comportamento que era esperado da parte deles, para atingirem sucesso. Posteriormente, dei oportunidade para que falassem e partilhassem informações com os colegas.

No que há minha prestação como professor concerne, senti-me mais desatado em comparação à primeira aula e procurei não me exceder na formalidade, já que lido com infantes. Procurei que o trato fosse mais próximo e tentei criar alguma empatia nesse sentido, sem descurar o acatamento que deve ser imposto.

Assim, numa fase inicial da aula, os alunos ouviram silenciosos aquilo que tinha a dizer sobre a avaliação e sempre que algum ruido se instalou, calei-me, e eles perceberam a mensagem. Com o desenvolver da aula, houve espaço para que os alunos falassem sobre si, e ai, foi mais complicado manter um controlo tão rigoroso da extrospeção opinativa dos alunos. O ambiente, foi portanto, mais aberto nesta fase da aula e, por vezes, instalaram-se momentos de menor ordem. Em parte, fora planeado a abertura e a partilha de ideias num ambiente menos rigoroso, porém poderia ter estabelecido outras formas de controlo. Torna-se mais difícil dominar a turma quando lhes concedemos a liberdade para falar durante um tempo muito extenso. De qualquer forma, a aula decorreu sem perturbações excessivas e foi possível atingir os objetivos designados.

O planeamento da aula parece-me ter sido ajustado e necessário, fazendo uma análise á posteriori. Fundamento essa necessidade no facto de achar que devemos conhecer os alunos e que lhes devemos dar oportunidades para se apresentarem. É preciso fazê-los sentir considerados, importantes, porque é para eles que resultam as intenções pedagógicas. Penso que faz sentido essa atenção, essa particularização. Penso que faz sentido que eles percebam que são diferentes e que isso, não faz com que sejam diferentemente considerados. Não me revejo na imagem de um professor que olha a turma por lentes homogénicas, vendo personalidades clonadas. Quero chegar aos alunos, “tocar-lhes”, mesmo que isso comporte riscos do ponto de vista relacional.

Tenho consciência de ter cometido alguns equívocos na forma como impus a autoridade. Em futuras aulas, deverei utilizar estratégias mais funcionais, sobretudo quando concedo aos alunos uma maior autonomia. É fundamental que não os deixe desenvolver uma confiança imprópria nas primeiras aulas, para isso deverei manter uma postura algo autoritária nesta fase. Não estou insatisfeito com a minha prestação, porque não a entendi como má e aquilo que de menos bom aconteceu, servirá para me ajudar a crescer.

 

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4 de Outubro

Aula 3

 

No dia 4 de Outubro cheguei à escola por volta das 10h, hora que havia sido estipulada pela professora cooperante para reunir. Discutimos, durante o período que antecedeu a aula, as perguntas que figuravam na Ficha de Avaliação Prognóstica relativa aos conhecimentos do Basquetebol e do Andebol. Depois desta revisão, imprimimos as fichas e fomos para a sala de aula.

Entrei na sala de aula com a preocupação fundamental de controlar a turma. Não vejo nos meus alunos malvadez ou algum sentimento de intenção pelo distúrbio consciente. Porém, é facto, que se não conseguem desprover de uma atitude desordeira com facilidade. Tenho vindo a constatar que é fundamental criar um clima de controlo para potenciar aprendizagens durante o ano letivo. É importante que esse controlo seja imposto desde já.

Comecei a aula com a chamada, mesmo sabendo que os lugares estavam repletos e que, portanto, todos os alunos estavam presentes. Quero estabelecer esta rotina para lhes dar a entender que a aula começou a partir daquele momento e para que possa identificar mais facilmente cada aluno. Desde o início da aula foi possível constatar que os alunos estavam agitados. Depois da chamada falei-lhes do propósito da aula e indiquei-lhes as modalidades que iriamos abordar durante o ano letivo. Aqui, cometi o erro de referenciar que a avaliação inicial teórica não tinha um peso relevante para a avaliação final e que servia apenas para constatar o que sabiam e projetar aquilo que deveria ser ensinado. Poderia ter ocultado algumas informações para que não encarassem a tarefa com falta de zelo. Disse-lhes também que o principal propósito daquele instrumento seria a aprendizagem dos alunos e que iriamos corrigir e discutir as questões, em conjunto, no final.

Olhando para a minha prestação não posso encarar aquilo que fiz e o resultado daquilo que fiz de uma forma aprazível. Sei que falhei na missão primordial de controlo da turma e mesmo que nenhum episódio de particular gravidade tenha ocorrido, existiram momentos em que perdi o controlo da turma. Não gosto de me impor de uma forma inquisitiva e elevar demasiado o tom de voz. Prefiro fazê-los perceber a necessidade de controlo disciplinar. Provavelmente deverei utilizar um tom de voz mais grave e mais audível quando falo, para potenciar a perspetiva de liderança perante os alunos. Outra crítica que me foi apontada foi a necessidade de me calar quando os alunos estiverem a falar. Esse é um princípio que costumo cultivar, mas posso ter-me descuidado em certos momentos.

Na próxima aula pretendo conversar com os alunos no início sobre o seu comportamento. Penso que não deverei deixar passar em claro estas ocorrências. Outro aspeto menos positivo, foi ter estado de costas para os alunos quando desenhei os campos de basquetebol e andebol no quadro. Esta lacuna, deve-se à falta de experiência no posicionamento em sala de aula e à falta de projeção dessa necessidade. Numa próxima circunstância utilizarei os alunos para executarem essa tarefa.

A aula transata levantou-me algumas dúvidas relativas às minhas competências como professor. Não sei se sou um professor e se encarei esse papel. Sei a responsabilidade que tenho em mãos e não a encaro de ânimo leve, por isso me questiono. Sei que para desempenhar este cargo preciso de encaixar num perfil que talvez não tenha. Seja como for, assumi a função e vou-me esforçar no sentido de me aprimorar neste âmbito.

 

 

 

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7 de Outubro

 

O núcleo de estágio reuniu-se pela manhã com a presença da professora cooperante para debater questões relativas à organização das aulas. No âmbito da direção de turma foi-me designada a tarefa de preenchimento das fichas individuais de assiduidade dos alunos do 12ºB com anexo das fotografias.

Terminada esta tarefa voluntariei-me, da parte da tarde, para assistir à aula da colega Diana Coelho. Achei que seria proveitoso observar a aula para mim, porque a perspetiva externa é bastante esclarecedora e para ela para lhe poder atribuir um feedback construtivo. De resto, a colega anuiu positivamente à minha intenção de assistir à aula.

A aula desenvolveu-se com grande acalmia e ordem por parte dos alunos que parecem, subscrevendo o termo da professora cooperante “domesticados”. Foi também possível observar um grande desenvolvimento de empatia mútua entre a professora e os alunos desde a primeira aula. Os alunos pareceram deveras motivados e interessados.

Esta aula teve também a presença da professora estagiária da turma, no ano anterior. Essa particularidade despertou, obviamente, o interesse dos alunos. No fim, foi possível trocar algumas impressões sobre o estágio e sobre as perspetivas pós-estágio com a colega.

 

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11 de Outubro

 

Aula 4

 

É difícil tirar um retorno motivacional daquilo que foi intrinsecamente mau. Naturalmente, e pela antagonia daquilo que entendemos como bom, ou razoável, dentro de uma ideia que estabelecemos ou que nos foi estabelecida, terei que classificar a minha aula como muita má.

Para além do professor cooperante, esta aula contou com a presença da professora estagiária Mariana Oliveira, como aliás, tem sido habitual até aqui.

O propósito que deliberei como premente para a concretização de uma aula produtiva e bem sucedida foi o controlo disciplinar. É nisso que peco, e é nesse aspeto que deverei priorizar a orientação das minhas aulas, para que a aprendizagem seja efetiva e para que todos disponham de oportunidades para aprender.

A lição de 11 de Outubro iniciou-se com uma revisão daquilo que fora a última aula e do que deveria ser alterado no comportamento dos alunos. Assim, disse-lhes que não apreciei o comportamento deles nessa mesma aula e que seria necessário mudar o paradigma atitudinal. As principais regras que referenciei tiveram por base o silêncio como forma de respeito pelo alheio e estabeleci uma base de negociação “as aulas serão tão abertas à vossa participação, quanto mais ordem existir para a perpetuação desse clima”. Os alunos anuiram afirmativamente à enunciação destas demandas, em jeito de concordância e reconhecimento. Passei então a fazer a chamada de acordo com a disposição da turma pela planta da sala, que havia sido modificada. Depois disso entreguei as fichas de avaliação inicial sobre Futebol e de Andebol, dando ordens específicas para a realização das mesmas em silêncio total. Os alunos conseguiram mantê-lo, a espaços, porém não respeitaram integralmente as ordens dadas. Grande parte das vezes, o burburinho estava associado a dúvidas que discutiam entre eles, outras nem tanto. Por diversas vezes fui chamado ao lugar dos alunos para os esclarecer.

Posteriormente, passei à correção das fichas, solicitando aos alunos que lessem e dessem resposta às questões. Esta dinâmica nem sempre funcionou, já que alguns demonstraram pouco interesse nas questões e os que estavam interessados tinham o impulso de debater a resposta com os colegas ao longo da sua formulação. Assim sendo, deverei enfatizar a necessidade de ordem nesse clima de aprendizagem aberto, de que os alunos ainda não sabem usufruir. Nem sempre tive o controlo total da aula e por vezes, a chamada de atenção parecia ineficiente para a repercussão de uma mesma atitude assertiva no tempo. Num caso particular, e depois de algumas chamadas de atenção, o aluno levantou-se do lugar e eu mandei-o esperar fora da sala, uns instantes. Provavelmente, não foi a medida certa e a minha autonomia disciplinar não é universal, nem dentro da escola nem dentro da posição que ocupo (professor estagiário).

Regra geral, a minha perceção da aula administrada foi má, embora pense que a maior parte dos alunos aprendeu e teve interesse em aprender. Uma outra parte, não aprendeu e prejudicou os alunos interessados.

Terei que demonstrar mais firmeza no tom de voz nas próximas aulas e procurar sucumbir ruídos adjacentes quando falo, ou quando algum aluno fala. Isso é essencial para que a aprendizagem aconteça.

 

 

Reunião do Núcleo de Educação Física

 

O propósito essencial da Reunião do Núcleo de E.F. foi a discussão das ponderações relativas aos critérios de avaliação. Assim, contando com a presença da comissão pedagógica e de todos os professores de Educação Física, tanto do Ensino Básico como do Ensino Secundária, discutiram-se as possibilidades relativas a este tópico.

A reunião iniciou-se pela asserção da proposta da Comissão Pedagógica que integrava três critérios (Saber; Saber Fazer; Saber Ser) e que ordeiramente distribuída de acordo com os seguintes valores percentuais: 20%; 60%;20%.

Uma segunda fase da reunião pautou-se pela discussão deste mesmo tema, somente entre os professores de Educação Física. Com grande tumulto e discordância de ideias chegou-se à seguinte distribuição percentual dos critérios de avaliação: 10% (Saber); 70% (Saber Fazer); 20% (Saber Ser). Acordou-se, concomitantemente, que os aspetos da condição física figurados no currículo seriam parte integrante do domínio “Saber Fazer”, independentemente da sua lecionação.

Esta reunião teve como finalidade a clarificação uniformizada da orientação da avaliação, transversal entre ciclos de ensino.

Pessoalmente, penso que se deu demasiada relevância ao domínio “Saber Ser”, sendo que é o mais ambíguo e o mais difícil de mesurar objetivamente. A proposta da comissão atribui quarenta pontos percentuais aos domínios do “saber” e do “saber ser” conjuntados, o que perfaz  quase metade da avaliação total e que dá a oportunidade aos alunos para conseguirem notas elevadas, independentemente de terem ou não uma boa concretização motora.

 

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14 de Outubro

Neste dia a reunião foi agendada para as 10h. Como tinha uma consulta marcada, avisei a professora cooperante que chegaria um pouco atrasado.

A agenda de trabalhos foi breve e incidiu sobre os aspetos fundamentais da planificação das duas semanas subsequentes. Concomitantemente, fez-se referência ao dia “PAÍS NA ESCOLA”, e às tarefas de cada professor estagiário para esse momento. A minha reunião com os país dos alunos ficou delineada para o dia 27 de Outubro pelas 17h.

 

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18 de Outubro

 

Orientação de Estágio

No seguimento do horário de orientação de estágio de 7ºano e, juntamente com a aluna estagiária Mariana Oliveira, reuni-me com a professora cooperante para discutir especificamente as questões referentes ao meu ano e à minha turma.

Recebi algumas instruções para reformulação do meu plano de aula referente à sessão desse mesmo dia. O conteúdo de lecionação não foi alterado. Foram, no entanto, discutidas estratégias para desenvolver os meus intentos com sucesso.

 

Aula 5

A aula começou à hora prevista, na sala de aula. Os alunos estavam bastante agitados, aquando da entrada. Perante isto, iniciei a chamada num tom de voz firme e autoritário. Depois de verificar a presença de todos os alunos, procedi a uma introdução dos objetivos da aula, explicando a atividade que pretendia realizar e dando instruções para se deslocarem para a sala contigua (Sala de Expressões Dramáticas. Estas explicações foram interpelados por ruídos perturbadores, ora porque despertaram nos alunos uma reação de surpresa ora por razoes completamente alheias à aula. Assim, procurei permanecer em silêncio e chamei a atenção para a incorreção destes comportamentos.

Consumada a explicação sumário do desenvolvimento da atividade e a transição dos alunos para o espaço de aula, atribui 3 palitos de fósforo a cada aluno. Este material simbolizava a vitória de um aluno sobre o seu oponente no contexto do jogo. Perguntei, e dei oportunidade aos alunos para colocarem dúvidas antes de dar início à tarefa. Apercebi-me ai que algumas questões não tinham sido completamente esclarecidas e voltei a frisar todas as regras e critérios de sucesso.

Durante o desenvolvimento da dinâmica de grupo os alunos mantiveram-se muito interessados e, regra geral, cumpriram com os propósitos que foram definidos. Surgiram algumas dúvidas que foram sendo esclarecidas a todos à medida que a atividade se desenvolvia.

Pontualmente, poderia ter estratificado o meu posicionamento de modo a ter um maior controlo visual da turma. Em algumas circunstâncias, e como o desenvolver da aula, alguns alunos expressaram a sua extrospeção de uma maneira menos própria de ambiente de aula. Porém, não aconteceram episódios contaminadores do clima de aula.

No espaço final, e por falta de controlo temporal, não foi possível concretizar a reflexão planeada.

 

CC

Da parte da tarde tive uma Reunião de Coordenação Curricular com os professores de Educação Física de 7ºano ano. A reunião foi breve e centrou-se na planificação de uma atividade rítmica expressiva para o período em que as instalações não estivessem prontificadas. Assim, definiu-se dentro do quadro das danças latinas, a lecionação dos passos base da salsa.

 

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19 de Outubro

 

Encontrei-me com o Núcleo de Estágio às 10h na sala de Expressões Dramáticas para ensaiar os movimentos básicos da salsa. A colega Mariana Oliveira, como praticante de danças latinas, orientou o ensaio e ajudou os restantes professores a organizarem a aula.

Foi bastante enriquecedora a troca de experiencias neste dia. O meu conhecimento de Danças Latinas era muito escasso e, confesso, que para minha surpresa tive relativa facilidade em apropriar os padrões básicos.

 

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20 de Outubro

 

Neste dia o núcleo de estágio juntou-se na aula do 12ºB, turma a cargo do estagiário Pedro Pereira, para lecionar uma aula de danças latinas. O professor  responsável introduziu a turma aos propósitos da aula, depois da habitual chamada. Posteriormente, apresentou a professora Mariana Oliveira, que se voluntariou para ensinar esta matéria aos alunos. Os restantes professores controlaram a turma, ajudaram em aspetos de gestão e auxiliaram os alunos com mais dificuldade.

A aula foi, globalmente, bem conseguida e a maior parte dos alunos aderiu com gosto à matéria.

Numa parte final da aula, foi conduzida uma visita à remodelada Biblioteca da escola, com a intenção de a dar a conhecer aos alunos.

 

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21 de Outubro

 

O núcleo de estágio reuniu com a professora cooperante no horário habitual, designado para a Orientaçao de Estágio (10h). Os assuntos de discussão foram, fundamentalmente encaminhados em torno da anunciação da data emergente do inicio das aulas práticas de Educação Física. Assim, dividimos tarefas para que possamos iniciar o ano com os alicerces documentais e para que tenhamos bem designadas as matérias de ensino e os respetivos conteúdos.

Foi estabelecida uma data de entrega para o Plano Anual de Aulas, distribuído pelos espaços destinados e devidamente fundamentado. Assim como, a elaboração dos Modelos de Estrutura de Conhecimento e Unidades Temáticas das matérias vindouras. Fiquei a perceber a forma como deverei desenvolver as aulas teóricas, de acordo com os intentos do Professor Cooperante.

Depois disto, a professora Maria Oliveira voltou a lecionar uma aula de salsa à turma D do ano 8º, servindo de auxilio à professora habitual, Diana Coelho. Nesta idade foi possível verificar uma margem de progressão mais reduzida em relação à aula de 12º ano. Mesmo assim, a professora soube adaptar e estruturar a aula, tornando coerente e apelativa para os alunos.

Estive, na maior parte da aula, a auxiliar alunos com mais dificuldades. Foi interessante e gratificante a troca de experiencia, penso que conseguiram progredir.

 

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25 de Outubro

 

Hoje, cheguei à escola às 10 horas, sentei-me na sala de professores e revi o meu plano de aula. Aquando da chegada da professora cooperante, demonstrei-lhe as alterações, algumas que me haviam sido sugeridas por ela, outras por opção própria. Contudo, e com a chegada dos colegas estagiários, foi-nos pedido que mudássemos de instalações para uma sala destinada ao núcleo de Educação Física. Assim o tempo que planeara dedicar à preparação da aula, foi em grande parte afetado por esta ocorrência. Não tive, portanto, oportunidade para rever e discutir todos os pontos da aula como queria.

 

Ao toque, fui à procura dos alunos, já que, não sabia se tinham sido informados do local onde se equipar, fruto de algumas incongruências associadas ao período de reconstrução que a escola vive. Depois de recolhido o material, segui com os alunos para o campo exterior, ainda distante do primeiro local. O espaço, apesar da chuva, estava seco e em boas condições para a prática do Andebol. Metade do campo fora ocupada por outra turma, ao contrário do planeara e daquilo que estava estabelecido no mapa de distribuição espacial referente à disciplina de Educação Física.

Esta foi a primeira aula prática que lecionei no Agrupamento Vertical Clara de Resende. Á hora prevista, comecei por fazer a chamada e explicar aos alunos os propósitos da unidade. Aqui cometi o erro de não me aperceber de um aluno com relógio, facto que me foi alertado pela professora cooperante.

Numa primeira fase, e seguindo as instruções de implementação de rotina de início de aula da professora Maria José, realizei alongamentos dinâmicos e corrida continua intervalada com flexibilidade geral. Nestes exercícios optei por demonstrar sempre aquilo que pretendia dos discentes, que poderiam ter sido utilizados como exemplo, para atribuir feedbacks mais específicos.

Numa próxima aula deveria ensaiar todos os exercícios que planeio na fase inicial, já que, e devido à rotina de treino os faço com bastante à vontade. Isso pode não ser bom no contexto de escola, onde é preciso maior cuidado e atenção para a execução técnica, ainda que simples, já que alguns alunos têm um contacto muito exíguo com a prática desportiva. Contudo, regra geral, os alunos não revelaram dificuldades em seguir as minhas indicações e sempre que achei necessário, parei e expliquei com maior pormenor. Alguns detalhes do envolvimento ainda me escapam e a minha atenção ainda é parcial, mas penso que com a experiência isso se atenue.

No contexto de jogo procurei avaliar a execução motora dos alunos e perfilar a forma como ocupam o espaço. A extensão da área de jogo aqui revelou-se um entrave ao entendimento claro do nível de jogo dos alunos. Foi também, bastante difícil avaliar os alunos de acordo com os critérios que tracei, por questões de ordem diversa. O tempo, o desconhecimento de alguns nomes e as demandas da gestão da aula, foram aqueles que mais influenciaram a falta de eficiência na concretização deste propósito. Assim, adotei um plano diferencial e atribui uma nota geral a cada aluno. Preferi adotar esta estratégia, em virtude da solicitação do preenchimento de instrumentos de observação a colegas estagiários, porque se coaduna mais com aquilo que vou encontrar na escola. O estágio é, acima de tudo, um teste. Foi, no entanto, possível observar que a maioria dos alunos se encontra numa fase de organização anárquica do jogo.

No final, fiz uma revisão sumária dos conteúdos e fiz a ponto com o que serão as próximas aulas. Deveria ter sido mais eficiente na solicitação de ajuda aos alunos para arrumar o material, sobretudo aqueles que não realizaram aula.

 

Á tarde foram calendarizadas as reuniões de departamento e de secção onde foram discutidas as datas de reportação de casos especiais de avaliação, as aulas de substituição e não aprovação dos critérios de avaliação de Educação Física. Neste último ponto, ficou decidido que as ponderações ficam a cargo dos professores.

Relativamente ao Plano Anual de Atividades foi discutida a viabilidade da organização do corta-mato escolar do ponto de vista orçamental e espacial.

O início das aulas práticas de Educação Física esteve associado a alguns problemas operacionais, do material disponível, da utilização e da adequação dos espaços. Assim, foram negociadas estratégias de resolução destes problemas.

 

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27 de Outubro

 

Pais na escola

 

Este dia é destinado ao encontro dos pais com os professores para ouvir e debater possíveis questões relativas ao aluno ou ao funcionamento geral da disciplina.

Deste modo, entrei na escola antes da hora prevista para me encontrar com a professora Maria José. Estava curioso para conhecer os pais e tirar desse contacto algumas semelhanças ou dissemelhanças relativamente aos filhos e tentar perceber o envolvimento familiar de cada um.

Aquilo que definimos como mais importante para esta reunião foi explicação da importância dos alunos tomarem banho na escola, a que a totalidade dos pais acedeu com relativa facilidade e a discussão de eventuais problemas de saúde, sobre os quais não foi reportado nenhum caso impeditivo à prática de Educação Física.

A reunião decorreu entre as 17h e as 19.30h com a presença de pais e mãe de 20 alunos.

 

Registo de Presenças – Pais na Escola

 

  • David: Pai e Mãe
  • Luís – Mãe
  • Susana – Mãe
    • Referência a um desvio na coluna
    • Joga Voleibol
  • Sofia: Pai (à parte); Mãe (à parte)
    • Rinite Alérgica; Asma; Desmaios Ocasionais
    • Necessita de cacifo para guardar o material
  • Vasco: Mãe
    • Necessita de cacifo
  • João Martins – Pai
  • José – Mãe
  • Pedro – Mãe
    • Obesidade / Timidez
  • João Lima – Mãe
    • Insuficiência respiratória – Não impeditiva da prática desportiva
    • Só pode fazer Educação Física depois de reavaliado (Raio X)
  • Alexandra - Mãe
    • Conservatório
  • Filipa – Mãe
    • Rinite Alérgica
  • Miguel Ribeiro - Mãe
    • Prática Desporto todos os dias
  • Miguel Duarte – Mãe
  • Manuel Junqueira – Mãe
  • Joana Arez – Pai
    • Asma Alérgica
  • Inês Freitas - Mãe
    • Alguma renitência a banhos
  • Diogo Gorito – Mãe
  • Maria Luísa – Mãe
    • Necessidade de cacifo
  • Ana Luísa – Mãe
  • Afonso Cardoso - Mãe

 

 

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8 de Novembro

 

Encontrei-me com a professora cooperante à hora designada para “Orientação de Estágio”. Neste horário foram tratadas questões como a preparação da aula e a reunião referente ao projeto “Clara Solidária”. A discussão que se gerou e o trabalho de cooperação com a professora Maria José, foram importantes para operacionalizar os objetivos da aula e para organizar os tópicos e a documentação fundamental relativa ao projeto.

A aula começou à hora e os alunos foram acompanhados desde o balneário até ao campo exterior, dada a distância substancial entre os dois locais e o facto de se cruzar com salas de aula. Ainda antes disso, alguns alunos revelaram um alegado esquecimento do material, pelo que não realizaram aula e foram advertidos com “falta de material” e um recado na caderneta para os pais. Foi feita também referência a estes acontecimentos no início e no final da aula, para assegurar que não se voltem a repetir.

A aula começou com a chamada, onde a professora cooperante interveio para repreender os alunos que não fizeram aula. O primeiro exercício foi referente a corrida continua intercalada com flexibilidade. Durante a flexibilidade fiz questão de perguntar aos alunos a que grupos musculares cada exercício estava destinado, pedindo-lhes para identificar as zonas do corpo. Os alunos estiveram bastante interessados e demonstraram curiosidade em saber o nome dos grupos musculares, que fiz questão de dizer.

Introduzi o passe de ombro e a receção, fazendo referência às componentes criticas primordiais que lhes estão associadas. Durante a realização do exercício dei feedbacks para relembrar os alunos sobre aquilo que tinha enunciado anteriormente, ora para a receção “mão em forma de concha”, ora para o passe de ombro, “Cotovelo acima” ou “Roda o tronco”. Os alunos foram apropriando estas indicações comportamentais, embora nem todos consigam ainda executar o “passe de ombro” corretamente. Deverei continuar a exercitar estes conteúdos com eles, para concluir eficientemente o processo de aprendizagem.

O exercício seguinte abordou os mesmos conteúdos, acrescentando o deslocamento. Penso que o exercício esteve adequado ao nível dos alunos. Nesta fase e na transição deste exercício para o jogo, poderia ter tido uma estratégia de organização mais eficaz. Faltava pouco tempo para o final da aula e com a necessidade de organizar rapidamente os alunos, descurei aspetos importantes. Deveria ter sido mais exigente na disposição dos alunos, para evitar comportamentos impróprios e para que todos ouvissem as indicações sobre o exercício. Falhei nesta fase da aula. No início sinto que poderia ter sido mais rigoroso com os alunos que não fizeram aula, já que defendo que a prática de Educação Física só deve ser evitado por questões impeditivas.

 

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11 de Novembro

 

No dia 11 de Novembro de 2011, às 15 horas e 15 minutos, decorreu o bloco de 90 minutos correspondente à oitava e nona aula lecionadas. Comecei a aula com instruções claras para priorizar o controlo disciplinar. Assim sendo, a professora cooperante exigiu a presença dos colegas estagiários disponíveis naquele horário.

A aula começou com a chamada à saída do balneário e logo após os 5minutos de tolerância. Alguns alunos chegaram com atraso, pelo que foram alertados e foi assinalada a ocorrência no “Mapa de Assiduidade”. Logo de seguida, rumamos ao campo exterior para dar início à terceira e quarta aulas da Unidade Temática de Andebol.

No aquecimento foram dadas instruções para que os alunos corressem a um ritmo constante durante um período de tempo definido, percorrendo as linhas de marcação laterais, final e de meio-campo. Grande parte dos alunos não cumprir as instruções, pelo que foi necessário relembrar e porventura se justificasse, nestas circunstancias uma paragem do exercício e uma chamada de atenção mais firme e repreensiva. Este exercício foi intercalado com exercícios de flexibilidade discriminados no plano de aula. Optei por demonstrar, porque não conheço suficientemente os alunos e não sei se têm capacidade para servir de modelo. Admito que possam haver desvantagens na perceção da assertividade dos alunos neste prisma visual de disposição, com os alunos dispostos em semicírculo. Emiti os feedbacks que achei necessários, ora para a turma, ora para situações individuais com intuito, sobretudo, corretivo.

O primeiro exercício da parte fundamental da aula teve como propósito a introdução do passe picado e do drible, bem como a exercitação do passe de ombro e da receção. Fiz questão de elucidar os alunos sobre os objetivos comportamentais basilares dos conteúdos introduzidos, realizando sempre uma demonstração enquanto explicava. O exercício correu com fluidez e os alunos cumpriram o que se pretendia de antemão.

Logo depois, foi instruído um exercício similar à “apanhada”, a que costumo chamar “jogo do lenço”, já que os alunos procuram proteger/roubar o colete próprio/alheio. Assim, pretendi fazer um transfere deste jogo para a necessidade de utilização da “finta de corpo” no Andebol. O tempo de transição foi demorado, os alunos falaram e questionaram desordenadamente. Penso que numa próxima aula deverei exigir mais rigor neste momento. A explicação foi simples, mas mesmo assim houveram algumas dúvidas e alguma insubordinação. O jogo decorreu com naturalidade, cumprindo os propósitos almejados, não obstante a demora na organização.

Depois disto, o exercício “bola ao capitão” foi apresentado para que os alunos exercitassem os diferentes tipos de passe, a receção e a finta de corpo como meio de desmarcação. A transição para este exercício foi igualmente demorada. É de acrescentar que, para que o exercício tivesse mais validade seria produtivo distanciar mais o capitão da linha final ou colocado num plano de destaque e fazer com que a bola tivesse que passar por todos os alunos em vez de exigir um número mínimo de passes. Desta situação partiu-se para o jogo mantendo a organização e acrescentando a possibilidade de utilizar o drible. Os alunos revelaram excitação excessiva nas situações de jogo que deverão ser controladas com mais afinco.

O objetivo de controlo disciplinar ficou aquém daquilo que era desejado, apesar de sentir que fiz um esforço nesse sentido. No final da aula ouvi as críticas da professora cooperante e dos colegas estagiários e reconheço que são ajustadas. Quanto ao que sinto ou senti, prefiro guardar para mim porque não vejo vantagem na partilha dessas perceções. Sei só que preciso de pensar para ter clareza.

 

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15 de Novembro

 

A aula começou com alguma amotinação consequente da indisponibilidade de balneários para os alunos se equiparem e de espaço para executar a aula. Assim, e dado que o campo exterior e o ginásio se encontravam indisponíveis, não pude executar o plano de aula referente à Unidade Temática de Andebol.

Esperei que os alunos se pudessem equipar e de acordo com a ordem da Professora Cooperante, a turma foi encaminhada para a Sala de Expressão Dramática, onde foi lecionada uma aula de Ginástica. Dada a escassez do tempo, o único conteúdo abordado foi o “rolamento à frente”, servindo para ter uma noção do nível dos alunos.

Por iniciativa da Professora cooperante foi instruída a fase inicial da aula, relativa à mobilização articular e predisposição para a prática, enquanto realizei a chamada. Só um aluno não realizou aula, por falta de material. Depois disso, optei por dar indicações sobre a posição base e os deslocamentos no Andebol. Os alunos perceberam a instrução e conseguiram ter bastante sucesso nos comportamentos básicos que projetei.

Depois disso, abordamos as componentes críticas do “rolamento à frente”, e os alunos realizaram o exercício em vagas de três nos colchões disponíveis.

Os alunos estiveram mais controlados, apesar do barulho em algumas ocasiões. A aula correu razoavelmente bem, sobretudo, tendo em conta a necessidade de improvisar. Contudo, é também de referir que a Professora Maria José teve um papel mais ativo do que o habitual e que isso também contribuiu para o controlo disciplinar da turma.

 

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18 de Novembro

 

Cheguei à escola para a reunião habitual de sexta-feira, com o Núcleo de Estágio. Assim sendo, levei prontificados e impressos os documentos referentes ao “Projeto de Formação Individual” e ao “Modelo de Estrutura do Conhecimento de Andebol” para entregar e sujeitar à revisão da Professora Cooperante. Também o plano de aula foi impresso com o intuito de o discutir. Confesso que tinha muitas dúvidas de ordem diversa quanto aquilo que era viável executar nesta aula, porque desconhecia a possibilidade de requisição de material, e não tinha a certeza sobre a melhor estratégia de consumação dos seus objetivos. Não me sentia totalmente seguro porque sabia que a duração da aula era extensiva para o espaço e para as características da turma.

Ditei o meu plano de aula, que não foi alvo de contestação nem de reparos. Apesar das minhas dúvidas mantive esta estrutura, porque às vezes só a experimentação nos pode dar respostas exatas sobre a assertividade metodológica. Antes da minha aula, ainda participei ativamente na aula da colega estagiária Diana Coelho. Este contacto com o espaço poderia ter servido para esclarecer algumas dúvidas, mas existe um fosso muito grande entre as duas turmas no que toca ao nível de execução e, mais uma vez, nada poderia concluir.

Aquando da espera dos alunos pela hora de equipar, consegui organiza-los, pedindo-lhes que se sentassem na parede à espera de ordem dos contínuos.  Ai permaneceram durante algum tempo, cerca de 15 minutos, com um comportamento surpreendentemente bom. Durante a fase preambular da aula, aquando do aquecimento, denotei algum desrespeito de alunos pela atividade, que poderia contaminar a turma. Assim, pedi aos alunos responsáveis pelos tumultos, que se afastassem. A um deles mesmo, e depois de continuar com o mesmo comportamento, exigi-lhe que se colocasse à minha frente. A certa altura, com a evolução do exercício achei que estavam demasiado inquietos e mandei parar, antes do tempo determinado, encostando-os à parede. Alertei-os para este facto, antes de os instruir sobre o exercício subsequente. Nesta fase, senti que não estava seguro, quando expliquei. Isto dever-se-á à pouca confiança que tinha na planificação e ao facto de estar a ser observado e avaliado pelos colegas estagiários num espaço diminuto e com 28 alunos agitados. Saberia que dificilmente os controlaria ali, com uma divisão do trabalho “por estações”. Deveria ter priorizado o controlo da aula em relação ao tempo de prática, já que a prática só por si, não promove uma aprendizagem efetiva.  É frustrante a necessidade de parar sistematicamente a aula para disciplinar os alunos, como o é planear uma aula sem que haja um espirito ambicioso do ponto de vista da aprendizagem motora. Sinto que, por vezes, é difícil passar a mensagem e questiono as minhas competências.

Durante este exercício de trabalho por estações com finalidades diferençadas, havia sido planeado uma presença constante na estação de “rolamento à frente” e “rolamento à retaguarda”, com visão sobre todas as restantes, porém as dúvidas e a necessidade de ajuda por parte dos alunos fez com que fosse necessário transitar entre estações. Coloquei-me numa situação problemática, porque, grande parte dos alunos que realizavam os “rolamentos” necessitavam de correções e de ajuda efetiva. Deveria ter readaptado a organização da aula. Porventura teria sido melhor uma estação única ou em circuito. Deve, no entanto, ser considerado que os alunos poderão ter dificuldades em estar muito tempo em espera, do ponto de vista do controlo disciplinar.

No decurso deste exercício a Professora Cooperante interveio na aula, impondo que me retirasse e alterou a dinâmica do exercício, mantendo as estações. O “rolamento à frente” foi executado em todas as estações, seguindo uma lógica de níveis e foi pedido aos colegas estagiários que realizassem ajuda aos alunos. Percebo a atitude e o seu intuito formador, mas simultaneamente não me posso deixar de sentir sem espaço, sem confiança e sem vontade.

 

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22 de Novembro

 

Neste dia, e como tem sido habitual, os alunos esperaram junto ao balneário pelas turmas do exterior. O tempo de espera foi maior do que o habitual e foi acordado com a professora cooperante que só alguns (dois) se equipariam para demonstrar os elementos gímnicos planeados.

A transição entre o balneário e a sala de aula foi marcada pela agitação dos alunos. Chegados ao local, estes foram confrontados com a situação e com os comportamentos desviantes que têm vindo a praticar. A professora cooperante participou ativamente nesta fase da aula. Posteriormente, foi dada oportunidade à turma para se auto-analisar. Penso que este exercício foi benéfico para a consciencialização dos alunos. Sei, no entanto, que deverei repensar as minhas estratégias para lhes conseguir chegar nas próximas aulas e que este diálogo é irrelevante se não for acompanhado por uma postura menos permissiva e mais autoritária.

As alunas equipadas serviram de exemplo para demonstrar algumas componentes críticas do rolamento à frente engrupado e com os membros inferiores afastados, rolamento à retaguarda, posição de avião, posição de ponte e salto de gato. Os restantes permaneceram razoavelmente atentos.

No que à minha atuação diz respeito, penso que poderia ter adotado um tom de voz mais audível e rigoroso. Em determinadas ocasiões poderia, também, ter simplificado a minha explicação utilizando terminologias mais apropriadas à idade dos discentes. Apesar disso, procurei explicar quando notei que não perceberam.

A análise da minha prestação incide nestes aspetos que referenciei, já que não foi possível concretizar a aula planeada, com um caráter prático.

 

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25 de Novembro

 

“A reflexão é uma forma especializada de pensar. Implica uma perscrutação ativa, voluntária, persistente e rigorosa daquilo em que se julga acreditar ou daquilo que habitualmente se pratica, evidencia os motivos que justificam as nossas ações ou convicções e ilumina as consequências a que elas conduzem.

John Dewey, 1993

 

 

A aula de dia 25 de Novembro, subjacente à quinta e sexta sessões da Unidade Temática de Andebol foi observada pelo Núcleo de Estágio e pela Professora Orientadora, com enfase no controlo disciplinar da turma. Assim, foi neste aspeto que me centrei na lecionação da aula e é sobre isto que discorro na presente reflexão. Estabeleci no início da aula, que me focalizaria na voz, para que fosse bem audível e rígida, e na instrução, exigindo o silêncio total aos alunos nesse momento.

A aula começou com a chamada. Os alunos, pareciam nesta fase mais pacíficos do que o habitual. Aproveitei para lhes dar algumas indicações sobre os propósitos da aula, que foram bem acolhidos. Assim, e depois de indicadas as linhas de 6 e de 9 metros, realizaram deslocamentos no sentido que indiquei. Também aqui, penso que o controlo dos alunos foi bastante razoável e que todos permaneceram em atividade. Esta fase inicial foi prosseguida pelos alongamentos estáticos e finalmente, pela corrida contínua. No exercício de alongamentos utilizei um aluno como modelo e circulei pelo espaço, dando indicações técnicas de correção. O exercício para a capacidade condicional de resistência foi apresentado como um “desafio”, para que estes conseguissem manter o mesmo ritmo em corrida durante cinco minutos. Alguns pararam definitivamente antes do tempo estipulado e outros tiveram algumas intermitências, mas procurei atribuir palavras de encorajamento e valorização do esforço.

Concluída a primeira parte da aula, foi introduzido um novo conteúdo, o “remate em apoio”. Optei por explicar a sequência de apoios logo no início, bem como as determinantes técnicas fundamentais. A progressão de ensino subjacente ao exercício pareceu-me apropriada ao nível dos discentes e promoveu a aprendizagem dos objetivos pretendidos. Nesta fase, deveria ter circulado por fora do campo para contemplar um maior número de alunos, facto que, por vezes foi descurado aquando da instrução aos grupos.

A transição para o exercício seguinte foi algo demorada, devido às dúvidas que desencadeou. De resto, isto aconteceu por mais de uma vez nesta aula e em outras, pelo que deverei reduzir o número de exercícios novos e a complexidade quando não introduzir conteúdos. Quanto à situação de aprendizagem, fazendo uma análise a posteriori, penso que se revelou desadequada para o conteúdo fundamental e para o nível dos alunos já que a exercitação não foi de encontro às expectativas que conjeturei.

Também no exercício de oposição com finalização a instrução demorou algum tempo, fruto das razões que apontei previamente. Durante esta fase deveria ter exigido silêncio total, o que nem sempre aconteceu, perjurando o clima de aula. Aquando da prática os alunos tiveram facilidade em perceber o que se pretendia, apesar de nem sempre tomarem as melhores opções e pisarem consecutivamente a linha de 6 metros, mesmo depois de várias chamadas de atenção.

Antes de introduzir o último exercício da parte fundamental optei por alongar novamente com os alunos, apesar de este exercício não estar considerado no plano de aula. Justifico esta opção pelo facto de a turma estar agitada e achar que precisaria de a “abrandar” para que conseguisse a sua atenção, na explicação do exercício subsequente. Nesta última situação de aprendizagem cometi o erro de utilizar as duas balizas dada a distância entre os alunos e a dificuldade de os controlar em simultâneo, ora verbalmente ora visualmente. Isto levou a que perdesse o controlo, sobretudo, numa das estações e que tivesse que andar em digressão constante para emitir feedbacks ou para atuar disciplinarmente.

A aula finalizou com os alongamentos e com a arrumação do material. Deverei continuar a dedicar-me arduamente ao controlo disciplinar da turma que ainda está longe de estar consumado e quem tem condicionado claramente o planeamento e a aprendizagem da turma.

 

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29 de Novembro

 

A aula de terça-feira, dia 29 de Novembro de 2011, referente à Unidade Temática de Andebol, decorreu no campo exterior. Os alunos demoraram demasiado tempo a equipar, o que foi alertado, mas deveria ter sido usado um tom diferente para fazer chegar a mensagem. Sinto que fui muito assertivo e que deveria ter sido bastante mais firme com os alunos.

Desde logo, a turma pareceu bastante agitada, durante a chamada. Os alunos começaram por dar 3 voltas ao campo, com objetivo de os predispor para a prática. Logo de seguida, foi-lhes pedido que corressem durante 6 minutos num circuito pré-definido. Durante este exercício apontei os alunos que pararam e o tempo em que isso aconteceu pela primeira vez. Estes acederam bem ao desafio, a grande maioria esforçou-se para estar dentro do critério da tarefa. Numa próxima aula usarei este registo como termo de comparação.

Finalizando a corrida, os alunos alongaram de acordo com as minhas ordens. A instrução decorreu com algum tumulto e, em retrospetiva, penso que poderia ter sido mais claro e objetivo quanto aos propósitos do exercício, já que verifiquei, posteriormente, que poucos alunos os perceberam. Ainda durante esta fase, deveria ter sido mais rígido exigindo o silêncio, o que por vezes, foi difícil. Senti que tinha duas preocupações simultâneas, com que não consegui lidar da melhor forma, a necessidade de manter controlo e a de explicar com clareza o exercício. É óbvio que sem o controlo disciplinar e a atenção total dos alunos, torna-se difícil fazer com que entendam o que se pretende. Em relação à planificação deste exercício, penso que poderia estar mais ajustado ao comportamento dos alunos e ao facto de ainda não controlar a turma com facilidade. A atividade foi subdividida em demasiadas estações (seis) e isso pressupunha alguma autonomia para que os alunos se mantivessem em exercitação sem a constante vigilância do professor.

Devido à escassez de tempo, fruto da instrução demorada pela incidência no controlo disciplinar, os exercícios de “velocidade” e “jogo 4x4 ou 5x5” não foram realizados.

Numa próxima aula deverei repensar as minhas estratégias na planificação, para facilitar o controlo da turma, para que não se instale a anarquia e para que os alunos tenham um clima propício à aprendizagem.

 

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2 de Dezembro

 

No início da aula, deparei-me com o segundo atraso consecutivo de muitos alunos. Dirigi-me, portanto, para o campo exterior com os que estavam disponíveis à hora estipulada, depois do 2º toque. Assim, sentei os alunos e fiz a chamada, marcando falta de atraso a quem não estava presente e iniciei a atividade com aqueles que estavam presentes. Os restantes, chegaram numa vaga única, enquanto o exercício decorria, tendo sido integrados no mesmo. No final, sentei-os e falei-lhes da importância de chegar a horas, admoestando-os verbalmente e através da falta de atraso. As rotinas pré-aula têm sido difíceis de concretizar devido à mudança de instalações e à indisponibilidade de balneários, mas penso que isso não justifica totalmente a leviandade dos alunos e que o exemplo desta aula deverá servir para evitar comportamentos semelhantes futuramente.

No planeamento da aula optei pela predominância de exercícios analíticos, para facilitar o controlo da turma.

Os alunos percorreram um circuito definido, mobilizando as articulações solicitadas, durante um curto período, definido para os predispor para a corrida continua. O tempo de corrida foi de 6 minutos. Em comparação com a aula anterior, foi possível verificar uma melhoria generalizada e que, a grande maioria, conseguiu manter uma cadência de velocidade apropriada ao tempo estabelecido, totalizando os 6 minutos. Procurei motivar e desafiar constantemente, o que penso ter ajudado a foca-los na tarefa e na necessidade de cumprir com a marca designada.

Depois disto, os alunos organizaram-se em semicírculo nas linhas de 6 e 9 metros, como tem sido habitual. Pedi, então que formassem 4 filas atrás da “linha azul” do campo de ténis, para o exercício de “velocidade”. Aqui, deveria ter sido mais rigoroso e dedicado mais tempo à organização, já que as filas estavam formadas de uma forma pouco percetível. É certo que parei o exercício, por esta mesma razão, mas deveria ter sido mais breve a perceber a necessidade e mais exigente. Uma das preocupações era, também, a segurança dos alunos devido ao curto espaço disponível, mas penso que a gestão desta problemática foi boa.

No exercício seguinte, a instrução foi breve, até porque os alunos já o tinham realizado por duas vezes em aulas anteriores. Assim, estes foram dispostos em colunas frente a frente e foi-lhes solicitada a execução de diferentes técnicas, por mim designadas. A disposição dos alunos pelo espaço deveria ter sido mais controlada. Durante a exercitação, alguns tiveram comportamentos desviantes e contraditórios à tarefa e, por isso, foram retirados da atividade sob forma de punição.

Organizei-os, rapidamente em duas colunas, no exercício seguinte e optei por demonstrar, desde logo o que pretendia enfatizando os critérios de êxito. Aqui, deveria ter disposto as colunas de frente para a baliza, como aliás planeara, em vez da disposição paralela, que não me facilitou o controlo visual da turma. Atribui feedbacks constantes de correção aos alunos, que parecem estar a progredir na execução do “remate em apoio”.

Depois disto, a aula evolui para situações de “3x0+Gr” e “3x3+Gr”, para que eles pudessem contextualizar o passe, o drible e o remate em organizações próximas ao jogo, com progressão e oposição direta. Nesta fase, a professora cooperante interveio na aula, dispondo os alunos sentados no chão e lateralizados para o exercício, saindo em vagas de 3 para atacar. Este tipo de organização foi benéfica para o controlo da turma. O único inconveniente foi o frio que se fazia sentir, sobretudo, porque o tempo de espera foi algo demorado. Desta forma, optei por não ser tão severo quando alguns alunos se levantaram. Esta organização foi mantida até ao final da aula.

Penso que consegui ser mais rigoroso com os alunos, sobretudo na parte inicial da aula e, embora sinta que seja uma tarefa difícil, tenho trabalhado para modificar a minha postura adequando-a à turma que tenho e à sua “linguagem”.

 

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6 de Dezembro

 

Na terça-feira, dia 6 de Dezembro, a aula contou com a presença da Professora Cooperante e da Professora Orientadora da Faculdade, porém, a aula não teve caráter de avaliação formal. Comecei pela chamada e verifiquei, que a grande maioria dos alunos estava presente depois do segundo toque, ao contrário do que verifica na aula anterior. Assim, a estratégia de marcar faltas de atraso aos alunos e fazer a chamada logo após a minha chegada ao espaço funcionou e impeliu-lhes um sentido de prontidão. Depois disso, os alunos foram dispostos nas linhas de 6 e 9 metros e deslocaram-se no sentido que lhes indiquei, parando, espaçadamente, para mobilizar articulações específicas. Nesta fase da aula permaneceram motivados e orientados para a tarefa, sem a desordem habitual e, só lhes apontei algumas correções pontuais para os manter ativos e cumprir o exercício com correção. Na mesma disposição, realizaram exercícios de flexibilidade. Utilizei um aluno para demonstrar, enquanto corrigia os restantes.

Durante a parte fundamental da aula planifiquei um único exercício e tentei, sobretudo, manter os alunos focados na tarefa sem perder muito tempo em eventuais transições. O tempo de aula é também bastante curto, pelo que devem ocorrer poucas paragens na exercitação. Ainda mais, pela organização dos alunos, o tempo de espera seria já por sido elevado. Esta opção foi consubstanciada pela necessidade de controlar simultaneamente os alunos em exercitação e os alunos em espera, o que, pelas características da turma nem sempre é fácil. Torna-se assim preferível este tipo de organização para que os alunos em exercitação possam aprender deveras e ser confrontados com as suas dificuldades.

A transição entre a parte inicial da aula e esta ultima foi bastante rápida, além disso os alunos estiveram atentos ao curto período de instrução e perceberam os propósitos do exercício que, genericamente, já lhes era familiar. Durante o mesmo, senti, por diversas vezes a necessidade de parar a aula para os controlar e para que tudo pudesse fluir de acordo com as pretensões. Senti que, em determinados momentos se tornara mais difícil o controlo da turma, mas penso não ter perdido o comando. Necessitando de mais ou menos tempo, consegui reestabelecer o controlo e criar condições para que o exercício se desenrolasse. O grau de autonomia dos alunos, é ainda muito baixo, bem como o nível de empenhamento motor, pelo que nem sempre consegui emitir a quantidade de feedbacks que pretendia, preocupando-me primeiramente com as questões disciplinares.

 

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9 de Dezembro

 

A aula de dia 9 de Dezembro foi objetivada para consumar a avaliação final e término da Unidade Temática de Andebol. Levando isto em conta, e sabendo que a avaliação é um processo contínuo informei os alunos do processo e da necessidade de cumprir primorosamente cada exercício. Utilizei uma folha de registo com cada conteúdo técnico que fora ensinado ao longo da Unidade Temática e que acrescentou a esta aula a formalidade que as avaliações finais, na minha ótica, devem ter.

A começou com as rotinas de mobilização articular, com os alunos dispostos nas linhas de 6 e 9 metros, após a chamada. Neste sentido, eu servi de modelo, sinalizando aos alunos o que pretendia que eles fizessem. Os alunos estiveram ativos e envolvidos na atividade, que cumpriu os seus propósitos fundamentais. Poderá ser considerada uma estratégia que possibilidade um controlo visual mais abrangente dos alunos, no sentido de os corrigir tecnicamente, em futuros momentos. Logo depois, correram continuamente à volta de um percurso designado a priori, durante 6 minutos mantendo a cadência de velocidade. Durante esta fase, procurei incentivar os alunos e mante-los dentro dos objetivos do exercício. Foi possível constatar que os alunos têm desenvolvido competências neste domínio em relação a aulas anteriores, através dos registos que vão sendo feitos. A generalidade conseguiu terminar o percurso sem parar. A parte inicial da aula terminou com os “alongamentos”, com os alunos dispostos em semicírculo. Neste momento poderia ter circulado mais entre os alunos para fazer correções individuais.

Os alunos dispostos em colunas realizaram “passe de ombro”, “passe picado” e “drible”. Optei por exercícios familiares aos alunos, para facilitar o processo de avaliação. O exercício demorou algum tempo, mas foi uma estratégia consciente para avaliar os alunos em cada conteúdo. Por questões de organização e porque o exercício seguinte já contemplava os mesmo conteúdos, optei por prescindir do exercício de “remate em apoio”. Para o exercício de oposição direta e devido ao elevado número de alunos, estes foram sentados, para rentabilizar o espaço e para melhorar o controlo disciplinar. Deveria ter introduzido mais feedbacks, para que os alunos atingissem os propósitos do exercício. Por vezes, tive que parar a aula para reestabelecer o controlo disciplinar, mas penso que consegui comandar o seu desenvolvimento e o controlo dos alunos está mais lapidado. A parte fundamental da aula finalizou com situação de jogo reduzido - 5x5. Nesta fase foi difícil avaliar os alunos, já que não existe autonomia nem controlo suficiente para que desenvolvam o jogo sem uma supervisão constante.

A aula finalizou com os alongamentos e com a incumbência de recolha do material por parte dos alunos. Em certos momentos, deveria ter sido mais rigoroso, sobretudo na parte final da aula, mas os alunos estão mais organizados e o clima de aula tem já um cariz mais saudável. Contudo, muito trabalho deverá ser feito ainda neste sentido, de aprimorar a disciplina e a motivação dos alunos.

 

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13 de Dezembro

 

Para esta aula, elaborei um plano referente à iniciação da modalidade de Basquetebol, contemplando a avaliação inicial dos alunos. Contudo, não foi possível executar a aula planeada, facto que me foi reportado na noite anterior. Assim, repensei a aula para um espaço diferente, confinado a um âmbito teórico. O planeamento da aula foi então desenvolvido de forma a concluir a Unidade Temática de Andebol e contextualizar os alunos com a modalidade, praticada num campo de ação desportivo. Foram apresentados vídeos de Andebol Juvenil, durante os quais deveria ter sido mais interventivo. De facto, o planeamento da aula, não foi bom, não foi suficiente.

O basquetebol, teve uma pequena introdução teórica, que estava pensada para a aula prática. Utilizei, por isso, a abola para demonstrar a pega e as posições base (Ofensiva e Defensiva). Contudo, centrei-me em questões, porventura demasiado complexas como regras e aspetos táticos, olvidando algumas questões básicas como a história da modalidade. Durante o vídeo procurei ser mais interventivo, mas mesmo assim reconheço que os feedbacks foram escassos e que deveria ter levado em conta que os alunos têm uma experiência e cultura desportivas parcas.

Esta aula, foi ainda, marcada pela auto e heteroavaliação dos alunos. Não gostei, de modo algum, de dizer as notas em voz alta e de reduzir o aluno a uma escala numérica, um valor. Nunca gostei de avaliações quantitativas e agora que faço parte da sua consecução, sinto que comporta alguma crueldade e muita responsabilidade. De qualquer forma, terei que me acostumar a esta rotina.

O meu desempenho nesta sessão não foi, de maneira nenhuma, positivo. Estava a melhorar no sentido de controlar a turma e de produzir aprendizagem nos alunos, ao longo das últimas aulas, e hoje fracassei nessa missão.

 

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16 de Dezembro

 

A aula de 16 de Dezembro foi a última do 1º Período no decurso do Estágio Profissional no Agrupamento Vertical Clara de Resende. A Orientação de Estágio deste dia foi extenuante e exclusivamente dedicada à apresentação e discussão da minha aula. Assim, comecei por debitar tudo o que pretendia dizer aos meus alunos em frente dos colegas estagiários e da professora cooperante, de acordo com as instruções que me foram dadas. Foi-me pedido que justificasse todas as minhas escolhas e procedimentos que iria adotar durante a aula. Durante este dia (sexta-feira), como é costume assisti às aulas dos colegas estagiários, cujos horários medeiam os da minha.

No início da aula procurei alhear-me do que me rodeava, focando-me somente nos alunos e no que pretendia fazer, de forma a estar “dentro da aula”. Foi a primeira vez que senti que controlei a turma durante todos os momentos. Comecei por explicar aos alunos a origem do Basquetebol, numa linguagem própria e adequada aos seus interesses e experiências. Os alunos estiveram interessados em ouvir. Aproveitei também, para explicar que as notas estavam em grande parte dependentes do comportamento que tinham na aula, bem como a aprendizagem e que todos poderiam, com empenho, atingir uma avaliação positiva. Depois disto os alunos procederam à mobilização articular, seguindo as linhas do campo, e, posteriormente, à corrida continua. Os exercícios decorreram sem incidências relevantes. Recorri então à ajuda de um aluno para exemplificar os “alongamentos” e circulei entre os alunos, corrigindo-os. De facto, foi possível constatar que muitos deles têm uma postura desadequada durante a exercitação.

A evolução da aula contemplou a abordagem de diferentes conteúdos pela primeira vez e, apesar de estar subordinada à “avaliação inicial” foi necessário introduzir aos alunos as diferentes determinantes técnicas. Estes realizaram “passe de peito”, “passe picado” e “drible” numa lógica organizativa similar. Fui introduzindo variantes, com a evolução do exercício, que foram producentes e que complexificaram as tarefas e o ritmo da atividade, bem como o tempo de empenhamento motor. Depois disto, passei para o “lançamento em apoio” que foi desenvolvido em duas estações espaçadas, o que poderia ter afetado o controlo da turma. Mesmo assim, penso que foi possível manter os alunos em atividade e com o devido interesse. Circulei entre o espaço, atribuindo feedbacks, muito necessários, dada a dificuldade dos alunos para executar devidamente a técnica. Mais tempo de exercitação deste conteúdo, será obviamente necessário para criar uma aprendizagem efetiva. No decurso deste exercício contei com a ajuda da colega estagiária Mariana Oliveira, a um aluno que manifestou especial dificuldade em executar corretamente a pega na bola.

A aula terminou com situação de jogo 5x5. Os alunos que estiveram de fora permaneceram em atividade. Penso que o balanço desta sessão foi bastante positivo.

 

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3 de Janeiro

 

A aula de dia 3 de Janeiro inaugurou o 2º Período Letivo do presente ano escolar na disciplina de Educação Física.

No início da aula solicitei aos alunos que se sentassem no círculo central e fiz uma ponte entre aquilo que foi ensinado no primeiro período e o que seria ensinado no segundo. Aproveitei também para relembrar algumas regras fundamentais de comportamento relativas à Educação Física. 

Depois disto, os alunos iniciaram o aquecimento com corrida frontal e lateral. O espaço de exercitação foi encurtado devido à extensão da cortina no campo exterior no decurso do exercício. Deveria ter emitido mais feedbacks para manter os alunos na atividade e minimizar distrações. No final, dispus os alunos pelos sinalizadores e iniciei um exercício de multisaltos. A minha colocação foi desajustada, durante esta fase, já que os alunos da última fila estavam muito longe e tiveram dificuldades em ouvir a instrução. O controlo visual também não foi o melhor, dada a dispersão da turma na totalidade do espaço, em filas. A organização foi pensada de forma a facilitar a transição para o exercício subsequente, cuja instrução foi suportada por demonstração, ora minha, ora de um aluno. Neste momento consegui um melhor controlo visual, mas ainda assim alguns alunos estavam distantes da zona onde me coloquei. Esta lógica tinha sido pensada, aquando do planeamento, de forma a aumentar o número de repetições de cada aluno, aproveitando todo o espaço.

A transição para o último exercício foi muito demorada e a instrução deveria ter sido intermediada com a imposição de silêncio total. Voltei a cometer o erro básico de falar com alunos desatentos. A montagem dos campos e distribuição das equipas condicionou sobremaneira o tempo de transição e, consequentemente, o tempo de exercitação.

Na próxima aula deverei voltar a rever o controlo disciplinar, sobretudo através da exigência de silêncio aquando da instrução e pensar melhor a disposição dos alunos e do professor pelo espaço, para maximizar este controlo.

 

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6 de Janeiro

 

A aula iniciou-se com a chamada e a distribuição de coletes, objetivando a facilitação da organização da aula em momentos posteriores. Alguns alunos chegaram depois da hora de início e foram alertados para o facto. De resto, foi anotada no mapa de assiduidade esta ocorrência que, em caso de repetição, será correspondente a uma falta de presença. Depois disto, os alunos percorreram um percurso designado de forma a marcar o início da aula e a prepara-los para as atividades subsequentes, ativando os músculos para o exercício. Na mesma organização foi-lhes proposto em forma de desafio que corressem a um ritmo contínuo durante 7 minutos. Grande parte dos alunos parou antes desta marca temporal, pelo que o último minuto foi percorrido a passo, de acordo com a minha ordem.

Solicitei a ajuda de uma aluna que não fez aula para distribuir os sinalizadores e definir a área do exercício posterior. Os alunos estiverem empenhados na atividade durante o exercício de “passe” e “drible” e consegui focar-me no feedback durante estes momentos. No exercício de “drible de progressão” foram feitos ajustes para aumentar o percurso, mas deveria ter sido definida, porventura, uma marca exata para a execução do passe. Ao invés disso, disse aos alunos para o realizar a uma distância ajustada em cada situação, mas nem todos têm uma noção clara de relação com bola no espaço. O exercício de “drible de proteção” foi demasiado complexo para alguns alunos. Deveria ter focado a instrução em menos aspetos e adaptar as condições de exercitação ao seu nível, sobretudo, tendo em conta que era a introdução do conteúdo. A instrução, julgo ter sido boa, mas tornou-se difícil contemplar toda a audiência a uma distância tão grande. Teria sido uma estratégia mais adequada reunir os alunos.

O “lançamento em apoio” foi também um conteúdo alvo de função didática introdutória, apesar de já terem sido emitidos alguns feedbacks na aula de avaliação inicial. Contudo, apercebi-me que os alunos tiveram dificuldades em integrar o gesto técnico na instrução ao grupo. Por isso, circulei pelo espaço para explicar individualmente. Sei que foi uma estratégia arriscada e prolongou o tempo de exercitação, mas potenciou a aprendizagem dos alunos.

A aula culminou com jogo, cuja transição foi mais rápida do que na aula transata, pelo facto de os alunos já terem os coletes vestidos. Estes jogaram numa estrutura de jogo reduzida 3x3 (Forma Básica de Jogo 1), para propiciar o maior contacto com a bola e intervenção no jogo, enriquecidos com a presença de dois apoios diretos. Esta organização dificulta a distribuição de elementos e o tempo de espera, devido ao número elevado de alunos e ao espaço reduzido. Numa próxima aula deverei estruturar melhor as atividades destinadas aos alunos em espera.

 

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11 de Janeiro

 

 

A presente aula foi destinada à exercitação de conteúdos abordados anteriormente, subordinados à Unidade Temática de Basquetebol. Tendo em conta que as aulas de 45’ são bastante curtas, estruturei a planificação de modo a rentabilizar o contacto das aulas com a bola e com situações específicas à modalidade em questão.

A chamada foi efetuada com os alunos em pé, ao contrário do que é habitual, já que a temperatura estava muito baixa no exterior. A instrução foi, porventura, demasiado breve e pouco clara, foi necessário recapitular os aspetos chave do primeiro exercício. Alguns alunos chegaram depois da hora de início, facto que foi alertado. Mesmo assim, é algo que poderá acontecer com mais frequência nas aulas agendadas para o primeiro tempo. Este facto levou a que fosse necessário reagrupar os alunos constantemente ao longo do exercício.

Consegui reorganizar os alunos rapidamente para o exercício seguinte, contudo deveria ter pensado melhor o posicionamento. Poder-me-ia ter colocado numa zona mais central, para mais facilmente captar a atenção dos discentes. Durante o exercício foi percetível uma falta de dinâmica. Poderiam ter sido tomadas medidas para acelerar o desenvolvimento do exercício reajustando-o para minimizar o tempo de espera de cada aluno. Foi também notório que será necessário enfatizar a exercitação do “drible de proteção” em futuras aulas, já que grande parte da turma ainda não apropriou as componentes básicas deste conteúdo. Deverei aumentar a quantidade e a qualidade dos meus feedbacks durante a exercitação.

A situação seguinte contemplou uma organização em circuito. Também aqui, o tempo de espera foi elevado. Em futuras aulas considerarei a exercitação destes conteúdos com mais elementos.

O final da aula foi atípico, mesmo que, a organização para o último exercício tenha sido boa, assim como a instrução. Os alunos perceberam o objetivo do exercício mas por desmazelo no controlo do tempo não o exercitaram praticamente nada e não foram dados os 5 minutos habituais e estipulados no final. Este erro não se poderá repetir futuramente e deverei ter mais atenção ao tempo, já que me tendo a descuidar neste aspeto.

 

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13 de Janeiro

 

A aula iniciou-se com exercícios de mobilização articular com os alunos dispostos em 4 filas sinalizadas. Durante a exercitação dispus-me de frente para as filas, centrado, parando no final de cada variante para explicar a próxima. A estratégia parece-me ter sido adequada. A dinâmica não foi, provavelmente a melhor, o que se deverá ao facto de não ser um exercício rotineiro. Depois disto, foi proposto aos alunos que fizessem corrida continua intercalada em dois intervalos de 3 minutos com 1 minuto a passo pelo meio.

A introdução da “posição ofensiva base” foi realizada sem bola com os alunos a terem o cesto como referência aquando do sinal. Foram feitas 5 repetições do gesto e foram atribuídos feedbacks constantes para reorientar os alunos. O exercício teve um bom princípio mas tornou-se monótono depois de algumas repetições, por isso, foi encurtado o tempo planeado e por questões de organização, não foi feita a variante com bola.

A “mudança de direção/finta” foi também um conteúdo introdutório. Procurei, portanto, enfatizar as determinantes técnicas essenciais durante a instrução. Mesmo assim, ora por falta de clareza da minha parte, ora pela complexidade do conteúdo e do exercício, os alunos tiveram pouco sucesso. Possivelmente, teria sido mais sensato optar por uma situação sem oposição direta. Nesta organização teria sido melhor separar os rapazes das raparigas, já que ocorreram alguns embates e a segurança dos alunos, sobretudo das raparigas, poderia ter sido mais salvaguardada.

As situações de jogo reduzidas (2x1; 3x1; 3x2 e 3x3) atingiram os propósitos pré-determinados, porém teria sido mais rentável excluir ou substituir a situação de 3x1 por não acrescentar nada à situação anterior (2x1) e por criar demasiada indefinição ao defesa.

Durante o jogo dos 6 passes deveria ter havido maior controlo sobre os alunos que estavam em espera a realizar exercícios de passe e as transições entre jogos deveriam ter sido mais organizadas. O último exercício não foi realizado por falta de tempo.

 

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18 de Janeiro

 

A décima aula da Unidade Temática de Basquetebol foi destinada à introdução das “paragem a 1 e a 2 tempos”, bem como as “rotações” e o “passe e corte”. Depois da chamada, os alunos realizaram 3 voltas ao percurso e foi-lhes imposto, que no final formassem filas atrás dos sinalizadores. Á minha ordem, realizaram a mobilização articular. Instrui sempre os alunos antes de cada exercício, nessa fase, e fiz questão de que todos tivessem atentos. Contudo, deveria ter emitido mais feedbacks durante a exercitação para corrigir alguns erros básicos. O exercício de “paragem a 1 tempos” teve curta duração como fora planeado. O fundamental era que os alunos percebessem a utilidade deste conteúdo e que, com a instrução, os ajudasse a integrar esta ferramenta em contexto de jogo. No exercício seguinte cometi um erro crasso durante a instrução e na organização do mesmo, já que induzi os alunos em erro não parando imediatamente após “drible” antes de executar a rotação sobre o pé-eixo na “paragem a 2 tempos”. Assim, impeli os alunos a executarem a rotação após dois apoios com a bola agarrada. A aula foi preparada e o erro resultou de uma confusão de interpretação dos documentos estudados. No entanto, é vital ter a certeza antes de instruir qualquer conteúdo para que a docência produza o efeito desejado. É, sobremaneira, melhor não ensinar do que ensinar algo que está errado.

Os exercícios de “2x0” e “2x1” foram desenvolvidos como uma progressão pedagógica inerente à introdução do “passe e corte”. A instrução foi clara e condizente com aquilo que pretendia em termos táticos. Os alunos perceberam a necessidade de deslocamento após passe para enriquecer o “jogo apoiado” a penetração em direção ao cesto. Esta dinâmica foi reforçada no exercício “3x3” mais semelhante à situação de jogo. Aqui foi também importante, testar a marcação “homem-a-homem” com o movimento criado pelos atacantes e a contraposição constante do bloqueamento e desbloqueamento de “linhas de passe”, que veio potenciar a complexidade do jogo e a necessidade de readaptação ao prisma situacional.

 

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20 de Janeiro

 

O bloco de dia 20 de Janeiro de 2012, referente à décima primeira e décima segunda aulas, da Unidade Didática de Basquetebol, tiveram como função didática a exercitação de todos os conteúdos lecionados. Aproveitei também, para observar o desempenho dos alunos e tomei algumas notas para me auxiliarem na próxima aula, destinada à avaliação final. 

A aula iniciou-se com a mobilização articular, com os alunos dispostos em quatro colunas, como já tem sido habitual nesta fase. Penso que poderia ter previsto os problemas com a cortina de separação do espaço de aula que esvoaçou no decurso do exercício, preenchendo uma pequena parte da área que o envolvia e distraindo os discentes. Fora isso, o exercício correu de acordo com o esperado, com a necessidade de chamar a atenção a alguns alunos desatentos, com alguma frequência. Penso, contudo, que estas advertências iniciais foram firmes e ajudaram a manter um bom clima no desenvolvimento da aula. Nos alongamentos servi-me de uma aluna para demonstrar e fui corrigindo e incentivando os alunos.

A lógica de organização do exercício seguinte já era familiar aos alunos pelo que a organização foi fácil e aproveitei para dividir os alunos pela ordem numérica, o que penso facilitar este processo. Aproveitei esta situação para exercitar as “rotações”, introduzidas na aula anterior. Mantive a estrutura do exercício durante algum tempo, variando a dificuldade e a tipologia do mesmo.

As situações de oposição direta “2x1”, “2x2”, “3x2” e “3x3” serviram para exercitar todos os conteúdos, com enfase para o comportamento tático “passe e corte”, “o lançamento em apoio” e a “marcação homem-a-homem”, ora porque lhes foram dedicados menos tempo de exercitação ao longo da Unidade Temática, ora porque os alunos ainda revelaram, grosso modo, dificuldade em executa-los corretamente em situações jogadas. Durante o exercício circulei por fora do espaço de exercitação e emiti muitos feedbacks que penso terem sido relevantes para a melhoria da performance dos alunos, sobretudo nos seus comportamentos táticos. Contudo, por vezes, quando concentrado numa área de jogo não contemplei totalmente nem dediquei a atenção suficiente à outra. Tenho ainda alguma dificuldade em focar-me no comportamento motor de um aluno ou de um grupo de alunos, mantendo o controlo visual e a atenção em todos os comportamentos dos restantes.

De uma forma geral, fiquei satisfeito com esta aula porque achei que os alunos estiverem verdadeiramente envolvidos e tiveram condições favoráveis para a aprendizagem. Senti também prazer no decurso da minha atividade, o que penso ser fulcral.

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25 de Janeiro

 

Nesta décima terceira aula referente à Unidade Temática de Basquetebol, planeei a avaliação final dos alunos. Porém, não atribui o carácter formal que uma aula deste cariz deve ter. Embora tenha assumido e delineado com os alunos que estariam a ser avaliados deveria ter moldada os exercícios de forma a tornar essa função completamente percetível numa lógica de disposição mais organizada. Por isso mesmo, para que a avaliação possa ser mais séria e eficaz será necessário designar um momento específico para isso. Confesso que ainda tenho bastante dificuldade em operacionalizar os registos referentes a cada aluno nestes momentos. Por isso, será também mais fácil para mim se este processo seguir uma ordem linear.

Nesta aula foi possível perceber que alguns alunos ainda têm bastante dificuldade em concretizar com sucesso o “lançamento em apoio”, apesar do enfoque nesse conteúdo ao longo da Unidade Temática.

O jogo foi realizado em 4 campos, em vez dos 2 referenciados no plano de aula, já que todo o espaço exterior esteve disponível durante o tempo de aula. A instrução e organização do jogo foram demoradas pelo que me deverei focar nesse aspeto em aulas futuras. Porventura esteja demasiado preocupado com o controlo disciplinar da turma, variável que tem sido conquistada e que receio perder e que, por vezes, condiciona a atribuição de autonomia aos alunos. Durante o escasso tempo de jogo, deveria ter atribuído mais feedbacks, concordantes com as regras que defini.

Também o final da aula deve ser mais controlado e mais rotineiro, para que os alunos percebam evidentemente esta marca.

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27 de Janeiro

 

A décima quarta e décima quinta aulas correspondem a um acrescento ao planeamento da Unidade Temática inicial, consubstanciado na necessidade de maior tempo de exercitação dos alunos da generalidade dos conteúdos, sobretudo, quando integrados em contexto de jogo. É necessário que os alunos desenvolvam uma cultura de posicionamento e tomada de decisão nestas situações. Paralelamente, foi também necessário reestruturar o processo de avaliação para que fosse mais intencional e legítimo. Foi com este propósito que planeei as aulas em questão.

Numa fase inicial, depois da chamada e do diálogo com os alunos, estes foram encaminhados para as respetivas colunas, onde realizaram mobilização articular. Durante esta fase optei por estar centrado no meio das filas, com alguma proximidade dos alunos para poder controlar a instrução e para estar visível, porém perdi controlo visual dos alunos que ao longo do percurso me passaram pelas costas.

A corrida contínua decorreu normalmente com a maior parte dos alunos a cumprirem os objetivos. Poderia ter prescindido desta rotina para potenciar o tempo dos exercícios destinados à avaliação da Unidade Temática de Basquetebol, porém penso ser vital que os alunos tenham um contacto eminente e frequente com a corrida contínua e que desenvolvam uma perceção da tolerância ao esforço, tendo em conta que o tempo e a intensidade de exercitação das aulas e a carga horária semanal nem sempre são suficientes para criar efeitos fisiológicos e sobretudo para perpetuar ideais de autossuperação. A percebi-me, contudo, da necessidade de cortar tempo à parte inicial da aula para concretizar os objetivos propostos e não procedi ao exercício de flexibilidade estática. Nesta fase cometi também o erro de, pela primeira vez, deixar os alunos beber água à casa de banho. Não existe de facto um bom controlo dos alunos neste percurso. Contudo, sei que os alunos nesta idade desidratam com facilidade quando submetidos ao esforço. Alertei-os para que numa próxima aula acarretassem garrafas de água para não ser necessário abandonar o espaço de aula. O tempo perdido nesta situação não foi muito substancial, regra geral, os alunos foram rápidos e também serviu como um complemento à remoção dos ácidos resultantes da fermentação lática e da normalização da respiração.

Depois disso os alunos foram dispostos em colunas por ordem numérica. Referi, os aspetos essenciais de cada conteúdo que iriam ser alvo de avaliação e dei-lhes tempo para que exercitassem primeiro. Este exercício decorreu de acordo com o pretendido, mas demorou mais tempo do que o previsto. Todos os alunos foram avaliados em mais do que uma execução.

Depois disso foi organizado um circuito para avaliar conteúdos técnicos. Nesta fase falhei no desenho do exercício, porque a abordagem do jogador que executa o lançamento em apoio foi realizada lateralmente em vez de ser de frente para o cesto. Isto aconteceu porque o aluno que realizara o passe estava no corredor central, quando deveria ter sido disposto no corredor contrário.

A aula fracassou por não atingir todos os objetivos e exercícios propostos e porque deverá ser feito um trabalho mais rigoroso na delineação dos exercícios para que sejam congruentes com os seus propósitos.

 

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1 de Fevereiro

 

 

Para esta quarta-feira, dia 1 de Fevereiro de 2012, planeei uma aula de avaliação final que veio funcionar como uma prorrogação da anterior e que visou a avaliação final referente à Unidade Didática de Basquetebol. Este adiamento, não fora previsto inicialmente, porém tornou-se necessário, em virtude do não cumprimentos do plano de aula anterior e da necessidade dedicar tempo de observação a cada aluno e a cada conteúdo lecionado.

Logo após a parte inicial da aula, na qual os alunos mobilizaram as articulações solicitadas, estes foram dispostos em sete colunas, já que dispunha de campo inteiro e achei fundamental potenciar o tempo de exercitação e minimizar tempos de espera, até porque os educandos estão expostos ao frio matinal no espaço exterior. Na fase de instrução e antes de iniciar o processo de avaliação formal, alertei os alunos para as determinantes técnicas que seriam observadas e emiti alguns feedbacks nesse sentido. Ainda que a função didática primordial seja avaliar, todas as aulas e todas as situações de aprendizagem servem para aprender efetivamente. Circulei por fora da área de exercitação, alertando os alunos sobre o momento em que estariam a ser avaliados e dei oportunidade para que cada um repetisse, pelo menos uma vez o exercício. Esta atividade teve pouca variabilidade e o único conteúdo avaliado foi o “drible de proteção”. No entanto, considero que os alunos ainda não dominam este conteúdo a ponto de o conseguir combinar facilmente com outros elementos técnicos. Optei por me centrar somente naquilo que, de facto, queria avaliar. O tempo de exercitação elevado foi, porventura, decorrente da função didática que lhe estava subjacente.

O exercício de “situação de jogo 3x3”, decorreu em 4 campos simultâneos, sendo que só um era alvo de avaliação. Numa primeira fase optei por rodar os alunos pelos campos, mas foi uma estratégia desnecessária e que dificultou o planeamento, já que teria sido mais simples circular eu pelo espaço. Depois de algum tempo, apercebendo-me disto, adotei efetivamente essa estratégia. O tempo de jogo foi escasso, mas também me sirvo do conhecimento da prestação dos alunos ao longo das aulas, para saber as suas capacidades e aquilo que aprenderam.

A aula cumpriu os objetivos que tinha delineado. Foi necessário adotar uma organização que servisse para estreitar o tempo e mesmo assim avaliar os alunos, já que despendi 3 blocos de 45 minutos somente para fins de avaliação final. No entanto, sinto-me satisfeito porque sei ter algumas dificuldades em consumar com sucesso esta função didática e sinto que aprendi a organizar-me de forma mais estruturada e simplificada.

 

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3 de Fevereiro

 

A trigésima oitava e trigésima nona, aulas, foram, respetivamente, dedicadas à primeira e sexta, aulas, das unidades temáticas de Voleibol e Ginástica de Solo. Optei por configurar este conjunto de unidades didáticas neste molde, devido ao espaço reduzido, às condições de acústica do Ginásio, ao dia (Sexta-Feira) e à hora (15.15) em que decorrem e as Características dos temas em questão. Assim, alguma variabilidade pode tornar a aula mais produtiva, oscilando entre períodos de maior e menos atividade.

Logo no início da aula foi necessário falar com os alunos sobre as características do novo espaço, da necessidade de readequar o comportamento e de algumas situações a evitar para salvaguardar a sua segurança. Neste momento, foi possível ver que alguns estavam mais excitados do que o normal e foi necessário ser mais rigoroso. Penso ter conseguido manter uma postura firme, embora, por vezes falasse ainda com alunos em conversa. Este momento inicial, foi também marcada pela introdução do Voleibol, contemplando as regras básicas e a história da modalidade. Os alunos costumam manifestar bastante interesse pelas questões históricas e julgo que, também sinto prazer em estudar e debitar essa matéria.

O aquecimento foi iniciado com 4 minutos de corrida com 2 voltas adicionais ao campo para normalizar a respiração. Depois disso, utilizei exercícios mais específicos às articulações mais utilizadas no Voleibol. Utilizei o jogo de “caçadinhas” para que os alunos pudessem contactar com a bola e para fomentar os aspetos sócio afetivos, através da cooperação. O exercício decorreu com normalidade. Julgo ter sido importante a introdução de regras de segurança a priori.

Nos exercício de sustentação de bola demorei algum tempo a organizar, porque alguns alunos começaram a exercitar sem essa ordem. Chamei à atenção a estes alunos. Depois de iniciado, foi-me sugerido por uma colega estagiária uma disposição dos alunos de forma a preencher o espaço. Achei a sugestão plausível e experimentei esta organização, que rentabilizou o tempo em que os alunos perdiam a bola.

A sustentação de bola em pé também poderia ter sido mais distribuída pelo espaço, com uma distribuição ao comprimento e não à largura. O segundo exercício foi alterado, porque, depois de experimentar, apercebi-me que os alunos não conseguiam fazer passe simples, com toque unitário. Acrescentei, portanto um auto passe, anterior ao passe. Esta adaptação foi produtiva para adaptar os conteúdos do exercício ao nível dos alunos. Posteriormente, os alunos voltaram a mobilizar articulações para salvaguardar a sua segurança nos exercícios de Ginástica de Solo. Optei por diferenciar os alunos em dois níveis, entre aqueles que sabiam e os que não sabiam ou não se sentiam seguros a realizar “rolamentos”. Aqui, poderia ter selecionado os alunos, em vez de lhes dar autonomia para escolher o nível em que estavam. No entanto, esta não foi a primeira aula de Ginástica de Solo e, já no primeiro período os alunos foram divididos por níveis. Pedi, neste momento ajuda aos colegas estagiários numa das estações e fui permutando alunos quando vi que foi necessário ajustar. Deveria ter sido mais eficiente na coordenação da mudança de exercícios em ambas as estações, alertando para isso os colegas estagiários. Fi-lo, com atraso, aquando da transição para o “rolamento à retaguarda”.

No geral a aula foi positiva, embora os alunos estivessem bastante “difíceis” e tivesse necessário parar diversas vezes, para estabelecer o controlo da aula. Um aluno foi mesmo encaminhado para o “Gabinete Disciplinar” em virtude de uma atitude menos próprio. Será necessário, reforçar e relembrar a menor tolerância ao ruído num ambiente fechado como o Ginásio, em futuras aulas.

 

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8 de Fevereiro

 

 A aula começou com um diálogo com os alunos sobre o teste, marcado para dia 15 de Fevereiro e sobre o Torneio de Basquetebol, agendado para 2 de Março (Dia da Escola). Depois disso, os alunos correram à volta do campo durante 3 minutos e mobilizaram as articulações mais solicitadas no decurso da aula.

No exercício de sustentação de bola e passe, deveria ter dado mais enfase à instrução, dado que o contacto dos alunos com o Voleibol é muito escasso e apesar de não apresentar conteúdos novos, deveria ter sido mais extenso na instrução. A organização dos alunos também deveria ter sido mais intencional, deve ser referenciada no plano de aula e deve ser evidenciada durante a instrução de forma clara. A transição entre exercícios foi bastante rápida, já que a organização dos alunos se manteve durante toda a aula.

Durante a exercitação, os grupos foram definidos segundo dois critérios essenciais, o comportamento e o nível de jogo. Tentei separar os alunos com pior comportamento e criar, simultaneamente, grupos de nível homogéneo já que existem grandes diferenças entre os alunos.

Os feedbacks foram sempre dirigidos aos grupos de trabalhos, pelos quais circulei. A posição fundamental foi pouco trabalhada com os alunos e deve ser exercitada nas próximas aulas. Em determinados momentos poderia ter sido produtivo a emissão de feedbacks para a turma. A Optei por não realizar o jogo planeado, excetuando num grupo em que o nível dos alunos é bom. Mais aulas e exercícios destinados à sustentação de bola serão necessários para conseguir avançar para outros conteúdos e situações de aprendizagem mais ambiciosas.

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15 de Fevereiro

 

 A aula de dia 15 de Fevereiro foi destinada à avaliação teórica dos alunos, instrumentalizada por uma ficha de avaliação. Foram abordados conteúdos de Basquetebol (40%), Andebol (40%) e Ginástica (20%). Estas cotações foram ponderadas de acordo com o número de aulas e a densidade de conteúdos destinada a cada modalidade.

Durante esta aula, aprendi que me devo abstrair das dúvidas dos alunos, já que existe uma tendência clara para abusar deste recurso. Fui alertado para isto, e moderei as deslocações, para que os alunos percebessem que a interpretação era também alvo de avaliação e que cada um devia descortinar a resolução de cada pergunta.

Não ocorreram mais problemas relevantes no decurso desta avaliação. O grau de dificuldade do teste pareceu-me adequado e a perceção dos alunos foi ajustada a este pensamento.

 

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17 de Fevereiro

 

 "Como saber que se falhou, se não sabendo como não falhar? Mas então porque se falha? E se saber que se falha é realmente ignorar como se não falharia? Sabemos de outros que não falharam, porque sabemos então neles o que é não falhar."

 

Ferreira, V. (s/d)

 

O exercício de reflexão só faz sentido como uma comparação entre o que somos e o que queremos ser. Estes dois polos estão dependentes de perceções, de vontades, das experiencias vivenciadas e sobretudo da forma e das estratégias que são encontradas para lidar com cada problemática. Esta estratificação é um exercício difícil que passará sempre pela necessidade de identificar o erro e as causas e apontar soluções viáveis. Num espaço de tempo diminuto em que a necessidade de tomar uma decisão urge e os focos de atenção se diversificam, a capacidade de decidir apropriadamente depende, em grande parte, da experimentação de situações semelhantes.

A aula de 17 de Fevereiro manifesta, a meu ver, algumas falhas de decisão, pela forma como abordei a aula e avaliei as situações que se me expuseram. Mais do que um erro de planeamento, errei a executar e a adaptar o que tinha planeado.

No início de aula, esperei pelo 2º toque para iniciar a chamada. Alguns alunos, como é habitual chegaram bastante antes da hora e outros já depois desta marca temporal. Assim, no decurso da chamada foi necessário chamar a atenção aos alunos para a necessidade de chegar atempadamente às aulas. É fulcral, que o início da aula seja acompanhado de formalidade e que as rotinas sejam aplicadas eficazmente. Esta desordem organizacional influência a forma como a aula se inicia. Percebi, desde logo que os alunos estavam agitados e devia ter sido mais rigoroso desde o início.

Depois destes procedimentos, os alunos correram durante 4 minutos no espaço exterior. Foi a primeira vez que utilizei este espaço e, pelo carácter da aula e do dia em que ocorreu, seria uma melhor opção não alternar os espaços de exercitação. Depois disto, realizaram mobilização articular e sentaram para ouvir a instrução do exercício seguinte. Foquei-me nos aspetos essenciais durante a instrução, mas concedi demasiada liberdade aos alunos para questões e dever-me-ia focar na manutenção do silêncio, enquanto instruo. Isso é uma regra básica e fundamental para que a instrução e a exercitação fluam sem problemas. A distribuição dos alunos pelo espaço foi algo desordeira, assim como a exercitação. Teria sido uma boa opção encurtar, de forma mais significativa, o tempo de exercitação.

Nos exercícios de sustentação de bola, optei por utilizar a demonstração, o que resultou melhor e os alunos estiveram mais ordeiros e atentos à instrução. O primeiro exercício demorou mais tempo do que o previsto, já que o elástico da rede não foi disponibilizado atempadamente. O “jogo de cooperação 1x1” foi exercitado num espaço reduzido, o que causou alguma aglutinação. Não foi possível aproveitar toda a largura do campo devido elasticidade da rede. Mesmo assim, achei benéfico colocar pelo menos metade dos alunos (14) em atividade ao mesmo tempo, para não reduzir em demasia o tempo de exercitação. Criei também alguma competitividade que excitou os alunos, e que aliada a este fator provocou alguma agitação.

Devido ao tempo perdido durante a instrução, em parte destinado ao controlo da turma, decidi encurtar o plano de aula e optei por me centrar nos conteúdos essenciais. Retirei a mobilização articular específica da Ginástica e o circuito de Gímnico. Contudo, olhando para o que fiz, julgo que talvez fosse possível realizar este último exercício e que seria importante já que compunha uma parte nevrálgica do plano de aula, devido à diversidade de conteúdos. Poderia ter considerado a integração do rolamento à frente neste esquema. Ainda assim, a prioridade do ponto de vista didático seria a introdução da roda.

Durante os exercícios de rolamento à frente e roda deveria ter-me concentrado mais nos alunos a quem concedi mais autonomia, para que soubessem que estavam a ser controlados. Também deveria ter controlado melhor os alunos em espera, para melhorar a organização e reduzir as conversas paralelas.

Considero que, a aula foi demasiado ambiciosa para o tempo disponível e que deveria reduzir o número de exercícios para poder cumprir com o plano de aula.

A gestão do tempo foi condicionada pelo controlo da turma, que esteve longe de ser eficaz. Ao preocupar-me em demasia com este primeiro aspeto, acabei por descurar o segundo. Dei por certo o controlo da turma, que havido sido atingido em aulas anteriores, mas devo readaptar a minha atitude para os comportamentos dos alunos, que são variáveis. Se o controlo da turma não estiver assegurado, a minha primazia deverá incidir nesta função.

 

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24 de Fevereiro

 

 "É pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática.”

Paulo Freire (1997)

 

Na aula de dia 24 de Fevereiro, procurei discutir o planeamento com a professora cooperante e com os colegas estagiários para tentar rentabilizar a organização e a congruência das situações projetadas. De facto, ainda tenho algumas dificuldades em delinear a organização das situações de aprendizagem que planeio na modalidade de Ginástica. Concretamente na potenciação do tempo de exercitação dos alunos e na capacidade de instruir e, simultaneamente controlar os alunos em espera. Torna-se difícil operacionalizar estes processos ao mesmo tempo, porque muitos alunos revelam sérias dificuldades na Ginástica e necessitam de constante auxílio e atenção. Tendo isto em conta, não foi a melhor estratégia a organização de um circuito já que o tempo de espera foi bastante elevado e não consegui acompanhar os elementos mais básicos, porque tive que ajudar quase todos os alunos no “rolamento à retaguarda”. No caso da Ginástica, penso ser benéfico o trabalho por níveis, onde terei, imperiosamente, que dedicar mais atenção àqueles que apresentam maior dificuldade, sem descurar os restantes alunos. Para isso, terei de estar mais ativo no controlo e na emissão e emitir feedbacks constantes, para que os alunos percebam a presença do professor e possam ter um clima de aprendizagem apropriado. Procurarei dedicar mais tempo e esforço à planificação destes conteúdos, pensando-os de uma forma clara e levando em conta todas as condicionantes. É fundamental que os alunos tenham mais tempo de exercitação em condições favoráveis para evoluir o seu repertório motor.

Os exercícios dedicados ao voleibol, julgo terem sido apropriados, bem como a instrução relativa à manchete. Os alunos parecem estar a evoluir favoravelmente nesta modalidade.

 

 Na aula de dia 29 de Fevereiro comecei por revisitar aspetos essenciais para o desenvolvimento da aula, a nível comportamental. Assim, relembrei os alunos que as avaliações refletiriam aquilo que cada um faz nas aulas e o comportamento e interesse revelados pelas atividades, já que, esses aspetos se manifestam claramente na aprendizagem. A turma reage bem a este tipo de advertências.

Nesta aula, os alunos estiveram interessados e concentrados na atividade o que facilitou, sobremaneira o controlo da turma e a gestão do tempo entre exercícios. A sequência lógico-organizativa da aula também foi facilitadora das transições. Julgo ter-me focado no essencial, aquando da instrução. Dei especial enfase à “manchete”, conteúdo que havia sido introduzido na aula transata e que, portanto, os alunos ainda não dominam e parei algumas vezes a exercitação para relembrar ideias chave. As condições de exercitação foram facilitadoras da aprendizagem. Deverei, contudo ser mais exigente na mobilização articular, para adequar os exercícios estritamente aos conteúdos abordados e para intervir com feedbacks individualizados.

 

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29 de Fevereiro

 

 Na aula de dia 29 de Fevereiro comecei por revisitar aspetos essenciais para o desenvolvimento da aula, a nível comportamental. Assim, relembrei os alunos que as avaliações refletiriam aquilo que cada um faz nas aulas e o comportamento e interesse revelados pelas atividades, já que, esses aspetos se manifestam claramente na aprendizagem. A turma reage bem a este tipo de advertências.

Nesta aula, os alunos estiveram interessados e concentrados na atividade o que facilitou, sobremaneira o controlo da turma e a gestão do tempo entre exercícios. A sequência lógico-organizativa da aula também foi facilitadora das transições. Julgo ter-me focado no essencial, aquando da instrução. Dei especial enfase à “manchete”, conteúdo que havia sido introduzido na aula transata e que, portanto, os alunos ainda não dominam e parei algumas vezes a exercitação para relembrar ideias chave. As condições de exercitação foram facilitadoras da aprendizagem. Deverei, contudo ser mais exigente na mobilização articular, para adequar os exercícios estritamente aos conteúdos abordados e para intervir com feedbacks individualizados.

 

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2 de Março

 

Os, quadrigémino sétimo e quadragésimo oitavo, blocos de aula acontecidos no dia 2 de Março de 2012, destinaram-se à lecionação de aulas das unidades temáticas de Atletismo e Voleibol.

Assim, numa primeira parte foi abordada a ”técnica de corrida” e a “corrida de resistência” assente num intervalo de tempo estabelecido (8 minutos). Neste momento da aula tive especial atenção à concentração dos alunos, já que a abordagem deste conteúdo esteve subjacente a uma exercitação técnica e algo analítica. Mesmo assim, o tempo de espera foi curto e foi possível atingir um tempo de atividade elevado. Procurei, para isso emitir feedbacks constantes e analogias básicas para envolver os alunos na matéria. Penso que, desta forma, eles se sentiram motivados e a emissão constante de feedbacks potenciou a vontade de fazer melhor em cada tentativa. Julgo que as situações de aprendizagem escolhidas, foram adequadas às capacidades dos alunos e o número de vezes destinado a cada situação apresentada (três) foi ajustado à evolução sequencial que se projeta numa progressão pedagógica.

Optei por lecionar os conteúdos subjacentes ao Voleibol, no último bloco de aula, por ser uma atividade que preconiza maior envolvência motora, preenchimento do espaço de aula e alguma anarquia própria do material usado e das interações que se estabelecem.

O exercício de “serviço por baixo”, conteúdo, cuja função didática foi introdução, gerou alguma desorganização pela quantidade de bolas envolvidas. A atividade era simples e houve preocupação com o tempo de exercitação destinado a cada aluno. Ao longo desta situação foram alteradas condições para reduzir o tempo que estes gastavam a correr atrás da bola. Uma solução seria a redução do número de grupos e a colocação de mais do que um jogador com bola em cada um. Assim, enquanto um aluno alcançava a bola perdida, os outros exercitavam. Também assim, o espaço do campo não estaria tão sobrecarregado à largura e as áreas de exercitação estariam melhor definidas. Numa próxima aula, ponderarei esta alteração.

 

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7 de Março

 

Nesta aula não me senti confortável no meu papel. Como que levado por uma apatia indistinta e, contudo, não necessariamente invulgar. Estive apartado das minhas incumbências e não desempenhei um papel ativo e suficiente. De tudo, apenas penso que é penoso para os alunos que merecem que se lhes criem condições aceitáveis para a aprendizagem.

Especificando os acontecimentos e os motivos que os catalisaram, devo apontar, desde logo, dois, que pelo seu âmbito genérico se sobrepõem aos restantes. A organização das atividades, anterior à consecução da aula, e a vacuidade informacional, comumente operacionalizada por meio de feedbacks ou informações de controlo, foram questões preponderantes no desenrolar desta aula. Os motivos que aponto para a falência do planeamento e da consecução, estão associadas as experiencias negativas anteriores nesta Unidade Temática, por isso experimento novas formas de organização e talvez a maior problemática seja a minha insegurança quando as aplico. Mais do que um erro de raciocínio é um erro de desconfiança e de insegurança. Em certos momentos sinto-me bloqueado, desejando ali não estar, e querendo, simultaneamente, manter-me fixo e alhear-me de perceções externas. A verdade é que nem sempre o consigo. É uma sensação de entorpecimento derrotista, que se associa à minha improficiência.

Nos momentos iniciais deveria ter sido mais rígido e compenetrado na informação veiculada. O meu foco de atenção foi divergente e descurarei aspetos essenciais à organização e à manutenção de um controlo e de uma exigência mínimas.

A organização dos exercícios da parte fundamental da aula foi, desnecessariamente diferencial. Poderia tê-los sequenciado de forma a reduzir os tempos de transição e também o tempo de espera. Para isso, bastaria ter utilizado 3 “colchões” ao longo de toda a aula. Alterei a dinâmica, porque quis controlar a turma visualmente e, simultaneamente, ajudar os alunos que pressupus precisarem de ajuda. Contudo, e apesar do nível dos alunos ser baixo, poderei, claramente, atribuir-lhes maior autonomia. Penso que a minha preocupação excessiva poderá contrariar a sua experimentação e a sua aprendizagem. Assim sendo, destinarei a ajuda, só para situações indispensáveis que possam condicionar a segurança do aluno.

Em determinados momentos perdi o controlo visual de muitos alunos, por erros de organização. Uma parte da fila de espera esteve atrás de mim enquanto ajudava. Durante os períodos de exercitação estive apático e faltaram feedbacks para controlar a atividade e para que os alunos se sentissem controlados. São necessárias mais correções para à turma e aos grupos. Nesta aula, limitei-me a corrigir os alunos que ajudei.

Mais ainda, a estratificação da aula não facilitou o seu seguimento e a consecução da totalidade dos conteúdos planeados.

 

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9 de Março

 

A aula de dia 9 de Março, subjacente às Unidades Temáticas de Atletismo e Voleibol, correu de acordo com o que fora planeado, sendo que todos os conteúdos foram lecionadas nas situações previstas, excetuando o uso de rede no exercício de “jogo 1x1”.

No início da aula, depois da habitual corrida, os alunos foram dispostos em colunas, numa disposição que se manteve este período e durante a fase fundamental da aula de Atletismo. Assim, os exercícios designados, tinham um transfer imediato para os conteúdos lecionados de técnica de corrida, pelo que poderiam também ter sido enquadrados na parte fundamental da aula. Segui a estratégia aconselhada pela Professora Orientadora de chamar os alunos por vaga e penso que resultou bem, estimulando a sua atenção e a organização das atividades. Durante esta fase existiram feedbacks e penso que os alunos tiveram um tempo de exercitação produtivo e empenhado.

Na transição para o segundo momento da aula, destinado ao Voleibol, demorei demasiado tempo a organizar os alunos. Optei por indicar eu próprio os grupos e atribuir-lhes uma bola. O que pretendia, inicialmente, era organizar os alunos por níveis e também, considerando o comportamento em aula. Em futuras aulas, poderia dispor imediatamente metade da turma por ordem numérica e, posteriormente, reagrupar os restantes alunos de acordo com os meus intentos.

Para além disto, segui a organização do plano, e ocupei apenas uma metade do campo. Não me apercebi que de facto tinha o espaço todo naquele momento e só depois, através da sugestão da Professora Cooperante, dispus os alunos ao comprimento do campo, afastando-os. O espaço, poderia também ter sido delimitado por sinalizadores, para uma melhor definição da área de jogo, sobretudo no exercício de “jogo 1x1 - cooperação”. A não colocação de rede, deveu-se à mudança do material de um espaço para o outro e à indisponibilidade circunstancial. Contudo, o exercício decorreu de acordo com os objetivos fundamentais. Em determinados momentos, deveria ter castigado alunos que transmutavam os propósitos do exercício, com algo mais do que uma advertência verbal.

 

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14 de Março

 

Nesta aula foquei-me, essencialmente, na otimização do tempo de atividades. Assim, mudei a organização habitual e concedi uma maior autonomia aos alunos, para poder atribuir os feedbacks necessários e para me poder focar na avaliação. Também adotei uma estratégia de execução por vagas, com os alunos divididos em colunas atrás dos colchões. De facto, esta organização favoreceu o tempo de exercitação, contudo os comportamentos desviantes não foram controlados e advertidos com eficácia. Por esta razão, as condições de exercitação não foram ideais e o ruido instalado perturbou a atribuição de feedbacks. Também não foi possível cumprir todo o plano de aula.

Penso que deverei ser menos tolerante em futuras aulas, no sentido de assumir um nível de exigência adequado àquilo que se pretende num ambiente propício ao ensino. Sei que só poderei cumprir o que planeio na sua extensão e na sua qualidade, cumprindo estes requisitos.  Também só me poderei cumprir como professor, na plenitude das minhas funções se criar um ambiente onde a minha intervenção seja possível e onde a vigilância aos alunos seja mais num sentido de supervisão do que de controlo permanente. Acredito que esta necessidade conflitua com os meus objetivos como professor e que nem sempre priorizo a concretização do ensino da melhor maneira.

 

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16 de Março

 

No dia 16 de Março de 2012 planeei, como função didática, a Avaliação Final dos alunos nas Unidades Temáticas de Atletismo e de Voleibol. Assim sendo, comecei a aula por uma pequena mobilização geral, na pista. Planeara inicialmente faze-lo no campo, mas através da negociação com a professora Ana Sousa, acordamos, de forma benéfica para ambas as partes, alternar os espaços. Portanto, e devido às condicionantes do espaço, apenas foram realizados os exercícios de mobilização articular parados. Prescindi, assim, da corrida e dos “saltos” em coluna.

A corrida de resistência abrangeu um percurso demarcado pelas árvores no exterior, numa lógica circular. Levei apenas em consideração, o facto dos alunos realizarem ou não o percurso integral sem paragens, não contabilizando o número de voltas. Optei, por estabelecer como único critério, desta vez, o fator tempo. Numa próxima avaliação, será também considerada a distância percorrida. A verdade é que nem todos cumpriram o percurso de acordo com as condições estabelecidas e foram confrontados com esse facto. É pertinente que os alunos percebam os objetivos e que trabalhem, ao longo das aulas, para os cumprir nos momentos de avaliação. Assim, considerarei também a evolução de cada aluno em comparação com registos anteriores e o esforço que dedica à “corrida contínua” nas aulas.

Ao culminar este exercício, deslocamo-nos para o campo, onde distribui os alunos em 4 colunas, por ordem numérica, para avaliar. Nesta disposição, os alunos realizaram “Passe de Frente”, “Manchete” e “Serviço por Baixo”. Optei por não utilizar todo o espaço e material existentes, para me puder focar, simultaneamente, nos alunos em avaliação e nos restantes. É um aspeto no qual tenho bastante dificuldade, e penso que consigo lidar melhor com este problema, nesta organização. Prescindi assim de alguma tempo de exercitação, mas o tempo de espera também não foi elevado, e foi possível controlar os alunos em atividade, pelo que penso ter sido rentável do ponto de vista pedagógico. Alguns alunos tiveram comportamentos disruptivos com alguma sistematicidade, para os quais foram alertados e posteriormente advertidos com ações disciplinares. Não gosto de punir os alunos com severidade. Ainda não aprendi a apartar-me totalmente do afeção que tenho por eles e, por vezes sou demasiado compreensivo e tardo a agir, quando preciso de agir com severidade. Acho que desta vez a ação foi necessária e atempada, porque aquilo que devo primar é a educação e a oportunidade aprendizagem.

A aula terminou com a avaliação em situação de “jogo 1x1” numa lógica de cooperação, objetivando a sustentação de bola. Apesar de algum tumulto e de alguns comportamentos disruptivos, foi possível avaliar os alunos em todos os critérios estabelecidos e também consegui atribuir feedbacks no sentido de melhorar o seu desempenho. Penso que, mesmo sendo uma aula de avaliação há sempre oportunidade para ensinar e para aprender.

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21 de Março

 

Para esta aula de Avaliação, propus-me, como objetivo fundamental, um controlo eficaz da turma através de uma maior intervenção e um maior rigor neste sentido. Para isso, mantive a organização da aula transata, destinada aos mesmos propósitos didáticos.

A aula começou, portanto, com uma breve mobilização articular dos alunos, preparando-os para a parte fundamental. Nesta fase, optei por incluir a “posição de equilíbrio – avião” e a “posição de flexibilidade – ponte”, que seriam avaliados a posteriori.

Durante a fase fundamental da aula, tive que intervir algumas vezes para exigir silêncio total e para relembrar os alunos da organização e daquilo que deles pretendia. Julgo que a mensagem passou de forma eficaz e, quando senti resistência, voltei a frisar aquilo que pretendia. O controlo da turma foi atingido e os propósitos da aula também. Todos os conteúdos referentes à Ginástica foram avaliados atempadamente.

Não me é difícil intervir exigindo mais dos alunos a nível de controlo disciplinar. Penso que, por vezes, desenvolvo alguma resistência ideológica da qual me devo apartar, mas que me é mais fácil do que pensara adotar um comportamento mais ríspido.

Provavelmente nesta aula não consegui emitir tantos feedbacks quanto pretendia. No entanto, e tendo em conta que se tratava de uma aula de avaliação, penso que não é grave e que poderei trabalhar esta função em futuros momentos. Devo também continuar a enfatizar um nível de exigência elevado no controlo da turma, para atingir os propósitos pedagógicos delineados.

 

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11 de Abril

 

A aula inaugural do 3º Período letivo, a 11 de Abril de 2012, correspondeu à primeira aula da Unidade Temática de Futebol. Assim, foi possível verificar que existem níveis de execução muito distintos dentro da turma, no que a esta temática concerne. É, sobretudo visível uma diferença técnica acentuada entre rapazes e raparigas, beneficiando os primeiros. Contudo, também é notória alguma heterogeneidade entre os rapazes da turma. Por isso, e dado que a generalidade da turma é fraca na matéria de Futebol, os conteúdos deverão ser abordados com objetividade e de forma facilitadora. Acho que é, também, determinante promover o gosto pela modalidade aos alunos que lhe são mais estranhos.

Os exercícios que selecionei para esta aula, foram, ao meu ver, adequados à generalidade dos alunos. Contudo, algumas variantes introduzidas, revelaram-se muito complexas para o grupo das raparigas. Muito tempo deverá ser dedicado ao passe e, sobretudo, à receção e à relação com bola.

Ainda em relação aos exercícios, senti que a aula poderia ter tido maior variabilidade e que o tempo para cada situação foi excessivo. Assim deverei introduzir mais variáveis dentro de cada exercício para manter os alunos ativos e motivados, sem perturbar a organização pré-estabelecida, rentabilizando assim o tempo de aula.

 

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13 de Abril

 

Para este segundo bloco de aulas da Unidade Temática de Futebol procurei variar o leque de exercícios, para proporcionar uma maior variabilidade experimental aos alunos. Penso que o planeamento e a sua execução foram concordantes com este propósito. Contudo, não cumpri a situação de jogo no final da aula.

No início da aula conversei com os alunos a respeito da necessidade de adequar o comportamento à necessidade de aprendizagem. Quando inquirido sobre o jogo e a duração que lhe seria dedicada, respondi aos alunos que dependeria também deles o cumprimento célere dos conteúdos técnicos e que deveriam ter bom comportamento para rentabilizar o tempo de aula. Os alunos anuíram a esta proposição e mantiveram-se interessados e concentrados nos momentos iniciais. Penso que os exercícios estiveram adequados ao nível dos alunos, no entanto, nem sempre tiveram uma dinâmica crescente ao nível da complexidade.

Na transição para o jogo, optei por trocar a ordem dos exercícios, colocando a “condição física” antes, para conseguir organizar os campos, tendo em conta que o espaço foi maior do que fora previsto e quis aproveitar esta situação. Solicitei por isso, também, a ajuda de uma colega estagiário para sinalizar o campo. Os alunos, nesta fase, não demonstraram interesse pelos exercícios de condição física e não respeitaram as ordens. Por isso, abdiquei da situação de jogo e trabalhei a “corrida contínua – resistência” e, no final, pelo diálogo com os alunos sobre o teste escrito. Penso que, poderei ter passado a imagem de associação da corrida à punição, embora isso não tinha sido explícito, nem tenha sido esse o meu intento. Também não quero considerar o jogo como um prémio, porque é um conteúdo e porque a sua exercitação é necessária e carece de uma grande exigência. Face a isto, deverei desvirtuar qualquer pensamento que se associe a esta ideia, na próxima aula. De facto, a “corrida contínua” carece de tempo de exercitação e as adaptações fisiológicas do 2º Período perderam-se, em parte, com o interregno da Páscoa. Falarei também da importância que deposito neste conteúdo para desmistificar ideias erróneas.

 

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18 de Abril

 

Para esta aula preconizei uma organização simples e objetiva que potenciasse ao máximo o tempo de aula e que simultaneamente, mantivesse todos os alunos em atividade o máximo de tempo possível. Para isso, dei uso a todo o espaço existente, já que todo o campo exterior estava desocupado e organizei os alunos em grupos pequenos.

Depois da fase inicial da aula, que cumpre um sistema rotineiro, desenvolvi um exercício de passe e condução de bola com algumas variáveis e com um tipo de organização elementar e familiar aos alunos. Circulei pelo espaço objetivando a atribuição de feedbacks particularizados. Penso que, dada a familiarização que tenho com a modalidade me é muito mais fácil identificar os erros dos alunos e selecionar feedbacks através de mensagens claras e sucintas. Globalmente o exercício correu bem e serviu para continuar o trabalho desenvolvido no âmbito do domínio de conteúdos básicos, através do tempo de relação com bola.

O tempo de organização do exercício de jogo poderia ter sido encurtado, porventura seja uma boa estratégia conceder alguma autonomia aos alunos no início do jogo. Também deverei continuar a preocupar-me com a tendência que estes têm para usar a bola quando não devem. No futebol devo ter especial atenção a este facto e ser mais vigilante. 

 

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20 de Abril

 

Para esta aula pensei numa lógica de sequenciação de exercícios, partindo de situações genéricas nas quais a globalidade dos alunos poderia ser integrado, para situações específicas adequadas aos níveis de jogo em que se encontram.

Assim sendo, as duas primeiras situações da parte fundamental da aula objetivaram o desenvolvimento da “condução de bola” e do “passe” no espaço. O ambiente procurado caracterizava-se por alguma anarquia e pelo movimento constante, característico do jogo. Desta forma os alunos, para além da preocupação meramente técnica destes dois conteúdos, foram incutidos a adaptar as suas ações em função das múltiplas variáveis apresentadas. Durante o desenvolvimento destes exercícios estive muito ativo, parando a atividade algumas vezes para corrigir aspetos globais e atribuindo feedbacks específicos aos alunos e aos grupos. Todos os alunos estiveram empenhados na tarefa e o clima foi favorável à aprendizagem.

Seguidamente, foi introduzido um exercício em circuito, organização à qual os alunos não estão acostumados. Por isso, pedi especial atenção aquando da demonstração de cada situação. Não obstante algumas dificuldades iniciais de adaptação à lógica de funcionamento, o exercício fluiu de acordo com o esperado e o grau de dificuldade julgo ter sido apropriado. Paralelamente aos conteúdos objetivados, foi também possível desenvolver algumas noções de posicionamento e a ocupação do espaço. Todas as situações preceituaram o deslocamento após o passe, algo que deve ser também objetivo do jogo. Todos os alunos estiveram envolvidos com um bom tempo de empenhamento motor. Circulei à volta do espaço para corrigir alguns erros básicos de organização ou de execução.

No final desenvolvi duas atividades diferentes para os alunos, consoante os níveis em que se encontram. Alguns alunos tiveram dificuldade em aceitar o facto de não jogarem. Contudo, penso que o jogo não é produtivo em termos de aprendizagem, já que o contacto com a bola é mínimo e esta não permanece muito tempo dentro de campo. Pensei em estratégias para os poder integrar em situações de jogo mais reduzidas e em espaços onde possa usar tabelas. Uma solução seria também a utilização de “Jóqueres” para proporcionar superioridade numérica à equipa atacante, para que permaneça mais tempo em posse de bola. A estratégia adotado foi boa, mas penso que os alunos, quando privados do jogo, não se envolvem com o mesmo empenho nas atividades propostas. Sei que devo priorizar a aprendizagem e criar condições adequadas para que se promovam, no entanto, também pode ser importante agradar aos alunos porque a aprendizagem depende do empenho e da motivação com que encaram as tarefas. Por isso, continuarei a pensar e a experimentar estratégias que possam resolver ambos os problemas.

 

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27 de Abril

 

No dia 27 de Abril preconizei a exercitação de todos os conteúdos desenvolvidos nas aulas anteriores e a introdução de comportamentos táticos, concretamente dos princípios específicos de jogo “penetração e contenção”.

Nesta aula os alunos estiveram mais irrequietos do que habitualmente. Procurei, durante a instrução recorrer ao silêncio para atenuar estes comportamentos, o que resultou por instantes. Para além desta predisposição, penso que o facto de não terem percebido um dos exercícios, durante a parte fundamental da aula, agravou este estado. Porventura, tivesse sido melhor demonstrar a situação e ter sinalizado os campos de jogo de uma forma mais simples, com cores diferenciadas.

Em relação aos exercícios iniciais, não variaram muito a sua organização. Aproveitei, para introduzir a “finta” após as situações de passe e condução de bola. Contudo, apesar de utilizar uma conjuntura correta de demonstração e situação de aprendizagem, nem todos os alunos tiveram sucesso. Em futuras aulas, procurarei exercícios mais elementares para que os alunos percebam claramente a mudança de velocidade que está subjacente a este conteúdo.

O exercício de “penetração e contenção”, como já referi demorou algum tempo a estar funcional, porque grande parte dos alunos não entendeu concretamente o propósito do exercício. Penso que sobrestimei a sua complexidade e que poderia ter parado e exemplificado, já que com alunos de 7º ano o recurso a um modelo visual simplifica o entendimento. Depois da demorada organização, o exercício fluiu, cumprindo, regra geral, os propósitos designados.

A situação de jogo foi planeada para integrar todos os alunos através da exercitação por níveis. Assim procurei que os alunos com menor nível, enquadrassem organizações com vantagem numérica em posse de bola, através da utilização de “jóqueres”. Diminui também o espaço de jogo e o número de alunos envolvido. Penso que as situações criadas foram propicias à aprendizagem dos alunos e que estes princípios poderão ser mantidos em futuras aulas.

 

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2 de Maio

 

No dia 2 de Maio planeei uma aula de exercitação de todos os conteúdos abordados, subjacentes à modalidade de Futebol. Tendo em conta que a carga horária desta aula é de 45 minutos, deveria ter-me restringido a um lote mais reduzido de conteúdos técnicos.

A aula começou com a ausência de muitos alunos que foram chegando progressivamente. Mesmo que não seja uma situação usual, os alunos que chegaram depois da hora foram punidos com falta e alertados para o facto. É fundamental valorizar os alunos que chegam atempadamente. Os exercícios da fase inicial foram, portanto, conduzidos sem estes alunos.

Posteriormente, os alunos foram dispostos em colunas para a exercitação do “passe”, da “condução de bola” e da “finta”. Os exercícios propostos foram adequados ao nível dos alunos, mas introduzi demasiadas variantes e o tempo de exercitação em cada uma delas foi curto. Numa próxima aula deverei dar primazia ao tempo de prática mesmo que isso signifique o não cumprimento do plano de aula.

A transição para o jogo foi demorada. Para facilitar poderia tentar manter a organização inicial dos alunos, já que estavam divididos por níveis.


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